sábado, 31 de dezembro de 2005

Happy New Year

Desejo um ano cheio de estilo, empreendedor e com mil sucessos para todas as MMas e não MMas.
Ando sem palavras por isso o melhor mesmo é esperar que o novo ano me traga algumas...deve ter sido a dor de garganta e a gripe que só agora começa a passar que as levaram para conserto...
Bom Ano a todas(os) e até para o ano!!

sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Rolling stone!

Queria fazer uma mão cheia de agradecimentos, antes do ano terminar:

-Ao JPSimões pela forma como canta “Inquietação”, uma música que terei ouvido em 2005 tantas vezes quantos dias o ano teve (no mínimo).
-À minha vizinha de baixo, tolerante, pela vezes em que lhe deixámos cair umas caixas de lego na cabeça, ao sábado de manhã.
-Ao Tejo que nunca me deixou sozinha à noite, nem à raposa.
-Ao barulho dos navios que algumas vezes me sobressaltaram dos pesadelos em que estou numa ilha deserta e só tenho duas tâmaras no frigorífico.
-Ao homem com quem troquei cinco minutos de conversa ao balcão de uma loja de discos, em Lisboa, por qualquer coisa indefinida que me deu (desconfio que era um anjo de guarda).
-Aos operadores de telemarketing da Portugal Telecom que me ligaram quase todos os dias à hora de jantar a tentar vender tarifas, por se terem rido das minhas piadas e nalguns casos, aturado o meu non sense.
-Às velhinhas do bairro por continuarem vivas.
-Aos taxistas que me conseguiram fazer chegar a tempo quando estava atrasada.
-À mulher que me ouviu 10 horas (uma por semana), numa sala despida, com dois sofás, um armário com coisitas de primeiros socorros e onde percebi que estava a correr, parada.
-Àquele banho, naquela praia em Tavira, onde ondulei como alforreca.
-A todas as pessoas que me confiaram segredos. Sem eles acho que teria definhado.
-Ao meu corpo, por ter aguentado as refeições que passei, as noites que rebolei.
-A todas as mães solteiras e sozinhas por esse mundo fora, por tudo e por nada.
-A todas as mmás que escreveram/leram este blog e pisaram a Casa dos Dias d’ Água, pela sintonia, o carinho, a partilha, a iniciativa.
-A essa casa por ser tão bonita.
-Aos meus amigos, alguns em particular, todos sabem bem porquê.
-À minha família, com negrito, sublinhado e itálico.
-Ao meu companheiro por acreditar sempre em mim, mesmo quando eu própria desconfiei.
-À minha filha por me existir.
-Ao meu coração por bater.

PS: Ao cão que ladra no quintal do lado. Às vezes era como se fizesse dele as minhas palavras.
2006 só nos pode ser fantástico!

Yours,
VW

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

:)


Cá estou eu de volta, ainda com os olhos listados de tanta barra natalícia mas já com os dizeres preparados para o ano que há-de vir.
Tenho de dar os parabéns às MMAs activas. Sim senhora, 701 visitas, nada mau para dois meses de actividade.
Agora vou bisbilhotar, que nem vizinha do lado, os posts e comentários.


Nestas alturas só flores e chocolates e em grande quantidade!
Para uma vagina MMA!!!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Desabafo

Aqui está um post que acabei de censurar há dois minutos. Como se fizesse sentido!!!

Acho que o verbo foi muito bem inventado. Desabafar. Tirar a tampa, deixar entrar o ar. É isso que me apetece. Abrir as janelas. Sair à rua. Escarranchar a boca. Soltar o nó.
Por que raio é que criaram as casas inteligentes? Os relógios que se regulam por satélite (temos um cá em casa, que não é português, e acordo todos os dias - ilusoriamente - uma hora mais tarde)! As terceiras gerações de tudo e mais qualquer coisita! Até as latas de conserva fáceis de abrir, e ninguém pensou em condomínios abertos, mother/father friendly – não estou a falar de casas com elevador, mas de verdadeiras comunas, com um sistema de organização a funcionar e facilitar? Why? Ninguém pensou em cinemas onde se pudesse levar os meninos, os carrinhos de bebé, lambuzar as cadeiras de iogurte, atirar bolas ao ecrã gigante! A que propósito todos (tirando um caso ou dois) se esqueceram de pôr um espaço infanto-recreativo nos restaurantes? Como é que só fazem concertos a que me apetece ir depois das 23h00? Aquela coisa de adoptar um bicho do zoo... eu acho que se podia fazer o mesmo com os casais ou singulares que estão sozinhos, aqui ao nosso lado, no nosso bairro! Ter um avô e uma avó mais pertinho, dava-me uma grande ajuda. Por que é que o dia só tem 24 horas? Como diminuir o défice das finanças domésticas? Por que é que não tenho um trabalho certo, fixo, rotineiro? Hoje, definitivamente, não me apetecia estar em casa. Why, why, do you work everyday night?
Às vezes, apesar de pensar que a minha vida é um mar de rosas, sinto-me abafada.

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Abetarda do Diabo

Não resisto a transcrever-vos uma receita (nº 2121) que encontrei na minha prenda de Natal, O Livro de Pantagruel. A obra tem 1900 páginas e foi a primeira que encontrei ainda agora, depois de pôr a raposa a dormir. Parece-me muito interessante sob vários pontos de vista. Super prática para quem chega a casa tarde e mmás horas, depois de um dia de trabalho intenso e com uma criança faminta. Já para não falar do risco de sermos visitadas por uma organização de defesa da vida animal. Aqui está ela:

"Abetarda do Diabo – 1
Marinada (ver entrada nº 232)
Court-bouillon, (ver entrada nº 56)
Molho do Diabo, (ver entrada nº 148)
Azeitonas pretas descaroçadas, 100 g
Acompanhamento: batatinhas estufadas, (ver entrada nº 2626-2)"

"Decorridos 4 dias de mortificação, depena-se, esvazia-se, lava-se e enxuga-se a ave [uma nota prévia explica: "a Abetarda, praticamente extinta na maioria dos países da Europa (também conhecida por Batarda) existe miraculosamente entre nós com relativa abundância nas planuras sul-alentejanas. Desconfiadíssima, mal pressente a aproximação do homem bate as asas e dispara em correria até conseguir levantar voo." O livro é fantástico! Uma verdadeira enciclopédia com dicas para caçar e pescar. Tempo e vontade não me faltam! OK, continuando...] "Mergulha-se na marinada e mete-se no frigorífico, dando-lhe voltas de tempos a tempos. Cinco dias depois [só????..], escorre-se e coze-se no court-buillon até ficar tenra, o que leva bastante tempo. Retira-se, trincha-se e dispõem-se os pedaços num prato aquecido em redor das batatinhas em monte, regando-se com o molho do diabo bem quente [não me sinto com forças para ir ver o diabo do molho, mas deve ser mais fácil de apanhar], ao qual se incorporaram no último instante as azeitonas em pedaços".

Acho que preciso de um retiro espiritual para conseguir fazer o meu primeiro prato receitado!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

“É sempre o mesmo homem”

É natural de S. Tomé e Príncipe, tem 35 anos, cinco filhos, e vive em Portugal há mais de uma década.

-Que idade tem o teu filho mais velho?
-18 e o mais novo tem 9.

- És casada?
- Não, solteira.

- Nunca casaste?
- Não, não quero, gosto só de viver junta.

-Porquê?
- Casando ou não casando é a mesma coisa. Quando portam-se bem e amam um ao outro é um bom casamento também.

- Em S. Tomé as miúdas começam a ter filhos com que idade?
- 12, 11 anos, por aí,...

- Como é que foi contigo?
- Por amor, foi! Queria ter o filho.

- E fala-se sobre sexo na família?
- Não, em S. Tomé não.

- Tu falas com os teus filhos?
- Olha, eu com os meus filhos não falo, mas elas falam comigo. Fazem-me perguntas.

- O que é que perguntam?
- Tudo.

- Tens miúdas novas?
- Uma com 13.

- Não tens medo que lhe aconteça o mesmo?
- Não. Elas estudam na escola, dão matéria disto. Agora elas sabem tudo, propriamente mais do que nós que já temos montes de filhos. A minha filha começa a dar-me explicação de isso e isso. Elas falam-me de tudo.

- Sabes o que é a sida?
- Eu não sei, mas já ouvi falar.

- Tens preocupações em usar preservativo?
- Não, nem por isso. Só vivi com o meu marido, não sei nada disso. É sempre o mesmo homem, é por isso. Eu não vivo com ele. Ele arranjou outra mulher. ‘Tou sozinha com as minhas crianças, mas ele vem a casa ver os filhos.

- E não queres outro namorado?
- Não, não quero.

- Porquê?
- Não, só o meu marido já me chegou.

- Não ficas muito sozinha?
- Não, ele vem a casa sempre que quiser, vem a casa...

- Mas vocês têm relações?
- Não, convivemos normalmente.

- Como se fossem marido e mulher?
- Sim, ele nunca me deixou, eu é que reparti assim até ele tomar um pouco de juízo. Mas depois pode voltar a casa. Tem outra mulher, tivemos assim um pouquinho de confusão. Ele não queria ir, eu é que disse a ele para ir.

- Tens esperança que volte para ti?
- Tenho, tenho muita fé.

- E tens paciência para esperar?
- Ah, muita paciência. São 21 anos e tal a viver juntos.

- E não tens ciúmes?
- Não tenho, por acaso não tenho.

-E em S. Tomé?
- Olha, em S. Tomé o meu marido teve outras mulheres, e eu nunca vivi isso aí. Nós convivemos muito bem. Não teve problema nenhum.

- Mas tu sabias que ele tinha outras mulheres?
- Ele falava comigo. Nunca me escondeu nada.

- E tu não te importavas?
- Não, por acaso não.

- E se tu tivesses outros homens?
- Ah, isso tenho a certeza que ele se importava [ri-se]. Eles podem, a gente não.

- A geração das tuas filhas vai mudar isso?
- Não sei, depende delas. Conforme eu aturei o meu marido, tenho a certeza que elas não aturam isso. Não têm a paciência que eu tenho. Elas não toleram o que eu tolero, eu aguento tudo.

- Que futuro queres dar aos teus filhos?
- O que eles escolherem ‘tá bom.


- Como é que é S. Tomé?
- É uma terra linda, é um país pequeno mas é muito bom.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

As Mutantes

O comité central das mmás deseja a todas as camaradas obreiras e parideiras uma consoada cheia de pratos para lavar e deixa um interessante enigma para resolver com a família depois do bacalhau desfiado:
Suponhamos que um astronauta chega a um planeta onde só existem 3 classes de seres:
Os verídicos (dizem sempre a verdade), os mutantes (ora falam verdade, ora falam mentira), e os mentirosos (que mentem sempre).
O austronauta pergunta a um deles:
-Já mentiu alguma vez?
-Sim.

De que classe se trata?

;)

mais um!

Esta coisa do Natal é difícil de entender...

Este Natal é particularmente estranho: sem avós já, os presentes comprados à pressão, as tradições que teimamos em cumprir mesmo que isso nos custe horas de sono e mãos de estivador, já nada parece fazer grande sentido.

Não faz mal - é mais um e vou render-me mais uma vez... FELIZ NATAL

quinta-feira, 22 de dezembro de 2005

Feliz Natal!

Feliz Natal!!!!
Há um ano comecei a minha vida de mãe, perdi quase simultâneamente a minha avó materna, a última, dos avós, a deixar-me à sorte de ser a 2ª geração na escala de hierarquia familiar. Senti que ela esperou por conhecer o bisneto para sair de mansinho, como ela gostava, sem grande alarido. Lembro-me todos os dias dela, cada vez que olho o meu filho porque foi ela que ajudou os meus pais comigo e com o meu irmão até aos quatro anos. O meu avô estava por casa, já reformado na altura e ajudava muito, brincando connosco e ela era "dona de casa". Nunca desesperou connosco nem com o meu primo que também fazia parte da turma - lembro-me de uma postura serena de uma mulher muito bonita fã da Greta Garbo que ía ver ao cinema quando adolescente. Esta minha avó tocava piano e falava inglês, tinha um humor genial e também sabia fazer uns rissóis de camarão como eu nunca mais comi iguais, entre outras iguarias. Como é possível? Lembro-me de uma avó que parecia uma actriz de cinema, a cozinhar e a ensinar-me a descascar batatas e outras vezes sentada ao piano a tocar Chopin e eu de olhos postos nas teclas e nas suas mãos, tentando aprender alguma coisa. Lembro-me deste glamour numa vida simples, de dona de casa, e chego à conclusão que a imaginação pode fazer milagres. Saudosos anos 20 do século passado que ensinaram esta coisa fabulosa de que a vida pode ser uma festa!!! De que estamos à espera????
Feliz Natal!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

AnteSpassados

A trisavó era enfermeira, e vestia fato e gravata, nos fabulosos anos 20, em Berlim. Uma mulher corajosa, que escondeu judeus na sua casa. Há umas fotografias gastas nos álbuns de família. A bisavó conhece bem a biografia, e conta-a com um rigor e humor cortantes, duas características que estende sobre a mesa, ao lado dos ovos soviéticos orgulhosamente preparados. Hoje tem 75 anos, fuma cigarros contra a vontade do médico e lê livros de espionagem na sala da sua casa na capital alemã (ex-Leste). Economista, apaixonada pelo ideal de um hemisfério germânico de esquerda, na última vez que estivemos juntas, há um ano, pelo Natal, em Tavira, cravou-me um 'Camel' no varandim da casa alugada com vista para o azul. “Já não fumava um destes há mais de meio século. Depois da guerra compravam-se a preço do petróleo no mercado negro”. Este é um gomo da ascendência da minha raposa. Outro: a trisavó portuguesa era a curandeira da aldeia, perdida no meio de uma serra cheia de figuras místicas. Batiam-lhe à porta as mães dos meninos doentes a quem ‘virava o bucho’ perto da fogueira. Não existem retratos. Só as impressões que as duas gerações seguintes transmitiram de boca em boca. Laura, a bisavó, não seguiu as pegadas da mãe. De canela ao léu, em pleno Inverno chuvoso, subia às oliveiras do quintal, já com 80 anos nos calos. Tinha uma memória de elefante. Sem saber ler nem escrever, deu lições de vida, pela força, inteligência e sátira incomparáveis, até bem perto de fechar a porta e ir-se embora. Tenho muitas saudades daquele escárnio atípico. Chorava e ria ao mesmo tempo, quando se lembrava do que tinha passado na vida. E isto é uma coisa que nunca observei em rigorosamente mais ninguém. Os dois universos, estes dois mundos, assim cruzados, parecem absolutamente alienígenas.
Às vezes imagino como seria pô-las às quatro na mesma casa a passar um fim-de-semana. Outras vezes penso sobre as rotinas dos meus dias, e pergunto-me como entrarei nesta escada de ser em devir?

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

My Mother / My Self

“Somewhere in the middle of your book [My Mother / My Self, de Nancy Friday] I did have to get some sleep and during that night came the following dream:
I was traveling by train. My mother was with me and we were sitting at a little table by the window. We both had the same little red handbags – almost like purses. My mother wanted something from her handbag and took the wrong one from the table. She opened it and saw it was mine.
‘Mom, you have my bag’.
‘Oh, do I, well never mind, they are similar anyway.’
‘But I have all my things in there.’
‘Oh, well, if you are being so childish about it…’
And there, as she absentmindedly gave me my way, she wrote her name in may bag! I couldn’t utter one word in astonishment. Case closed.
Hours later I realized in a shock what those intriguing red purses meant – she had stolen my sexuality and my person with it. She stole them so easily as if they meant nothing at all. And I just sat there and let her do it. (In Dutch * there is an old fashioned word for purse that is also used for vagina in slang.)”

In Women on Top, Nancy Friday

Ops, abri o livro ao acaso e a primeira coisa que li foi isto...

* E não disse que a carta enviada à autora vinha de uma mulher holandesa.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Eu sou MMa
Mesmo MMa
e Vcs todos vão ver
Como é
Ser Mulher
e Mãmã ao mesmo tempo
Trabalhar, Não falhar
Não poder adoecer
e ter de
responder
ao desafio, sem desvio,
que é o
de vencer
o cansaço, a rotina
essa traquina
que nos faz esmorecer e
deixar de pensar, de ler e comunicar
Mas a MMa, se é MMa
luta por fazer viver
o coração e a imaginação
com humor e muito amor
Acredita que pode ser
mãmã e mulher sem perder
pitada da cor da vida.

RECEITAS PRECISAM-SE

Mães bravas, corajosas e experientes, ajudem-me!!!
Que fazer quando se esteve a cozinhar para a família toda e toda a família resolve boicotar o jantar?

Prenda?!?

A criação da mulher:
Deus pegou na leveza da folha e o rabo do gamo,
A alegria dos raios de sol e as lágrimas do orvalho,
A inconstância do vento e a timidez da lebre,
A vaidade do pavão e a maciez das penas da andorinha.
Somou a dureza do diamante, o doce sabor do mel, a crueldade do tigre, o calor do fogo e a frieza da neve.
Fundiu tudo e formou uma mulher. Então ele fez dela um presente para o homem.
[do original sânscrito, antigo idioma da Índia]

Ó, valha-nos deus!

Física quântica

A pita da vizinha é melhor que a minha

Correm rumores sobre estudos de alteração genética no físico feminino. A concretizar-se, esta descoberta permitirá que os tomates do foro psicológico ganhem volumetria concreta. Aguardamos mais desenvolvimentos.

domingo, 18 de dezembro de 2005

Consultório MMAs

Lavamos as culpas na casa dos dias da água

Secção: Mariazinhas estais à janela

Pergunta:
Eu vou beber umas bejecas, depois de ir ao futebol libertar a minha síndrome de tourette, enquanto o meu companheiro fica a passar a ferro e preparar o jantar. Quando chego tenho de o ouvir em verbalizações impróprias. Que fazer?

Pergunta:
Em tempos fui petiza, que sou eu agora?

Secção: A pita da vizinha é melhor que a minha

Dúvidas verdadeiramente existenciais:
Quando coço os tomates não deixo a ganga russa. Será apenas uma questão física?

Pergunta:
O meu companheiro tem um caso com o comando da TV, na nossa própria casa, no sofá onde me sento todos os dias… será indicativo de homossexualidade? Como podem as MMAs ajudar-me?

Secção: A rata roeu a rolha e não deixou vestígios (workshops)

Objectivo:
Updates para varinhas mágicas (de fadas do lar)
Pré-programação para sopa bem passada e sopa com gorgulhos. Ligação à internet para actualizações mensais.

Objectivo:
Como pintar as unhas sem gastar 25 euros.

desAspiro

Eu digo o que é desespero:
Ter um marido que insiste vigorosamente na manipulação constante de electrodomésticos, tipo aspirador sempre que encontra um cisco destacado na brancura do chão.
dois pontos espaço parêntesis.

‘Des(en)graçadinhas’

Pus-me aqui a pensar nas conversas que foram trocadas nas MMÁs e de facto nunca falámos mal dos maridos (mesmo que todas tenhamos vontade de o fazer às vezes, como é saudável, e obviamente recíproco, mas não só entre casados, também entre irmãos, amigos, vizinhos, colegas). Acho que uma vez falámos sobre a culpa, mas foi assim uma coisa meio a correr, e cheia de bocas e graçolas pelo meio. De angústia tivemos pouco ou nada (lembrem-me,... se me esqueci de alguma). E na verdade, apesar de não fazermos tapetes de Arraiolos quando nos encontramos, a ideia da geometria temporal de duas horas, da leveza de uma sala sem móveis, da distracção que pode passar apenas pelo facto do não-facto, partilhado, enfim, já me perdi um pouco. Estava eu a falar, a querer dizer que nas MMÁs, sem qualquer combinação ou pacto, e eu juro que não faltei dia nenhum, nunca ouvi um lamento, daqueles que se atiram assim gratuitamente para cima do outro (neste caso a outra), nenhum toma lá a minha angústia que eu já não posso com ela. Pelo contrário. E ainda bem. Porque é essa a ideia. Quando fomos contactadas pela Ana Cristina Gomes, a primeira reacção foi dizer que o projecto ainda nem sequer se tinha estreado e que estávamos a tentar perceber como se construiria. Acerca da dificuldade de se ser mãe, acerca da dificuldade de se ser mãe e mulher, acerca da dificuldade de se ser mãe e mulher e profissional, acerca da dificuldade de se ser mãe, mulher, profissional, amiga, cidadã, vizinha, eleitora e mais que a casa gaste, sim, o assunto era reportável do ponto de vista jornalístico e pertinente, mas que as MMÁs teriam eventualmente sentido para uma pequena caixa, no global do artigo, explicando o objectivos e pouco mais. Perante alguma insistência e confiança nas boas intenções da jornalista, que não estão em causa, acabámos por dizer que sim, telefone, falamos, venha, apareça, mas veja lá como trata o tema, não se esqueça que é a nossa intimidade que está em cima da mesa, a nossa vida muito muito pessoal. Hoje, vejo o título e fiquei logo sem vontade de comprar o jornal, juro. E eu agradeço o desespero que me oferece o texto, mas devolvo, porque não é meu. Donas de Casa Desesperadas, tenha ou não alguma coisa a ver com séries televisivas, não é mesmo o meu filme. Afinal as questões que estiveram na origem de uma vontade de ir ao Domingo jogar à macaca com mais umas mulheres que levam os filhos atracados ou não, e conversar ao som de gritaria infantil e um Funk-Blues-Jazz-Kizomba-Bossa-ou-venha-o-diabo-e-escolha, o que acontece é que esses motivos, esses mesmíssimos motivos que devem ser transversais e variar muito, e pouco, entre os lares doces lares, o que acontece dizia eu, onde é que eu ia? O que acontece (estou a tentar ganhar tempo...sempre o mesmo desespero :-) é que a peça da GR estraçalha o bicho em cima da banca, tira-lhe as vísceras e o efeito dos motivos, a coisa propriamente que todos esperavam ler, o projecto... a opção pela leveza, o investimento na partilha, a descontracção no colectivo, o bom humor, a esperança... onde estão?
Bom, nunca mais me calo. Próxima sessão: terapia de grupo (hard core). Tema: como não desesperar quando o desespero que nos desespere ou não, se torna público? Tragam drinks!

sábado, 17 de dezembro de 2005

....

Li o artigo na Grande Reportagm e deseperada fiquei depois de perceber o sentido que deram à coisa. Com foto a condizer e tudo. Felizmente o desespero que senti quando o meu filho nasceu passou porque conseguimos equilibrar a nossa família agora com mais um elemento. Tem sido um percurso complicado com avanços e recuos mas o amor que existe entre mim e o pai do meu bébé nunca esteve em xeque e magoou-me muito, e muito mais ao meu companheirão, perceber que isso não se entende ao longo da reportagem. Eu acho que é importante que se diga que felizmente estamos todas sãs, mentalmente falando, ou não teríamos acordado "dar a cara" e isso deve-se muito ao apoio que temos tido da família, amigos e da nossa entreajuda, pelo menos falo por mim. Talvez tenha sido ingenuidade minha não precisar este ponto ou talvez tenha sido teimosia puxar o sentido das MMas para as "Donas de Casa Deseperadas" que eu acho absolutamente descontextualizado. Sinto-me obrigada a pedir desculpas porque tenho um marido doce e sensível que não merece de maneira nehuma ser retratado publicamente de uma forma tão redutora - se queriam levar o sentido da reportagem para aí muito mais havia a dizer e certamente o que diria é que este filho nasceu de um grande amor e está a ser criado com muito amor. Arrependo-me de ter aceite as fotos porque agora percebo o poder das palavras e das interpretações que delas se fazem.

Do nade casades esperada!

Dona, só do meu nariz! E mesmo assim ele prega-me partidas viscosas.
De Casa desarrumada, sempre. E quando arrumada não é por minha iniciativa.
Desesperada nunca! Uso o sistema de ditadura matriarcal.

"Dona de casa desesperada"

Não, não sou, obrigada. Eventualmente, (e)leitora desesperada.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

"Ser o Quinto"

É o título de um livro que a minha filha ganhou de presente há um ano. Trouxe-o um amigo alemão que veio passar em nossa casa o delirirum tremens de uma relação que acabou em fiasco, e ele em fanico. Esteve cá uma semana a destilar. Levávamos os dois a raposa à creche e pelo caminho ele falava alto, recapitulava, reinterpretava as nódoas negras, as saudades, o desejo, tudo isto numa cadeia de explosões realistas, como tremoços.
Funfter sein é o retrato de três coisas: a extraordinária inteligência e sensibilidade deste amigo, a importância de haver histórias sem grande acção, mas sobre um mundo com espírito, que não seja apenas a natureza morta que 70 por cento dos livros infantis nos impingem aos meninos e, finalmente, a relação incestuosa entre a espera e o medo. Voltando à segunda - mais pacífica - aos dicionários e enciclopédias que publicam para leitores a partir dos 3 meses (antes são meio ceguetas), voltando ao ovo, à tartaruga, ao comboio, à batedeira, ao sapato, à minhoca, ao computador, à saia, ao anel, ao que é isto, e isto, e aquilo... também os tenho cá em casa, também os comprei, mas estou farta de os ver.
Funfter Sein – em português, Ser o Quinto – é uma coisa simples (mas cada vez que o leio, encontro um sentido diferente). A história de um compasso de espera. Cinco bichos-brinquedos, daqueles a que se dá corda com uma chavinha metálica, esperam numa sala. A porta abre-se e entra um no consultório. A porta fecha-se e os restantes esperam. A porta abre-se, o primeiro sai e lá vai outro. A porta fecha-se e restam três. Assim, repetidamente, até ao último, que finalmente vê a cara do médico, um clínico de brinquedos, com ar simpático.
Acho que uma das palavras que mais digo à minha filha é “espera”. Curiosamente, um dos verbos que mais me custa conjugar actualmente. “Espera miúda”, que já está quase. “Espera, tens que aprender a esperar um bocadinho”.
Fuck it, quem espera desespera. Over.

MÉÉÉÉ.......

Devo confessar-vos que ando numa fase menos mmá...deve ser isto do espírito de Natal que combina muitíssimo bem com filhotes e bébés....Hoje foi a festa de Natal do Meu e ainda estou a segurar o queixo e a apanhar a baba com a mão....o bébé foi um mémé na festinha!!!! e estava LINDOOOOOO de morrer com guizinhos e tudo....
Ontem foi ele que me deu jantar - 1/4 de carcaça e 2 bolachas Maria - fiquei muito bem :)
Ando um bocadinho deslumbrada com isto tudo - parece que de repente tenho mais um amigo - o meu filho!!! Havemos de combinar mais festinhas com filhotes para os mais velhinhos ensinarem os mais pequeninos - DJ Raposinha a bombar!!!! Péssima: tabm recebi postalinhos feitos pelo bébé - fantásticos.
Amanhã vou e venho ao Algarve por isso vou aproveitar estas horas para dormir até ao biberão da meia-noite.
Durmam bem.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Regalos

Ah, nada como a época natalícia.
Os miúdos chegam a casa felizes com as prendas lúdico-educativas.
Ora vejam:
Em simultâneo com um cartão de Feliz Natal 2005, manufacturado pelas próprias crianças (bem engraçado, com uma estrela feita em barro) o meu filho mais novo empunhava satisfeito um jogo que o Pai Natal, daqui do concelho, lhe tinha oferecido.
É bom ver o primeiro brilho natalício naqueles olhos que me derretem. Mas fiquei ainda mais derretida com o cuidado, com a preocupação genuína de quem decidiu a prenda propriamente dita:
Jogo “Ludo”, tabuleiro com 10X10 cm, dado com 4mm de aresta, peças (tipo damas) com 2,5 mm de diâmetro e explicação do jogo nas línguas espanhola, alemã, francesa e holandesa.
Então não é bonito?
Eu acho. E concordo com estes dirigentes do meu concelho, há normas que devem ser ultrapassadas e reinterpretadas. Assim, acredito que a intenção de proporcionar uma aprendizagem de manuseio minucioso esteve presente na escolha deste jogo com peças tão pequenas. E quanto à ausência das regras do jogo na língua portuguesa, tem uma explicação subtil, mas ambiciosa: desenvolvimento do pensamento de globalização e preparação para integração em ambientes europeus de mentes brilhantes.
Ainda falam mal dos nossos governantes!
Força Oeiras, tu marcas o ritmo.

Talvez.

Aprendem-no antes mesmo do tão esperado papá ou mamã.
Fatídico, o 'não' pré-consciente das crianças, e uma vez dito, nunca mais cessará de nos moldar, sempre à vontades delas.
Partimos para o caminho da educação do sim:
– Come a sopa
– Não
– Sim.
– Come a salada
– Não
– Sim, insistimos até ao desespero.
Quando crescem um palmo apercebemo-nos do uso da magia da pré-negação:
– Não faças isso – tentamos.
– Faço.
– Não comas isso – dizemos felizes, no tom da segurança de quem sabe o resultado.
– Como.
Uma conquista aparente, pois rapidamente se ultrapassam e aprendem a chantagem:
– Mãe quero aquilo.
– Não.
– Se não compras então eu…
Ou em forma requintada:
– Mãe gosto tanto de ti…
– …
E eles usam os momentos da nossa ‘cegueira babosa’ para pedir seja o que for, quando nos tornamos conscientes é tarde demais.

E assim vamos crescendo com elas, em ensaios de apalpações diversas.
É neste processo que acabamos por nos esquecer dos nossos ‘não’.
Quando damos por isso já não os sabemos usar, e aplicamo-lo nas situações erradas, como se fossem meras concordâncias.
Quantas de nós ainda fazem birras de nãos? Ah, pensamos, já não temos idade para essas coisas, não nos fica bem agora que somos mulheres-mãe.
Digo ‘sim’ com mais facilidade do que digo ‘não’, e muitos dos meus ‘sim’ são pura preguiça. Sei que as minhas crianças, pelo menos, vão repetir este ciclo. E só depois poderão reconstruir os ‘não’ puros.

terça-feira, 13 de dezembro de 2005

Viva Nós!!!VIVA!mix...

Bom Dia Amorzinho!!!
De pé flecte as pernas agarrado às grades da cama e eu vou direita a ele como se não o visse há um mês quando na verdade estivemos juntos há duas horas na comunhão de um biberão. Hoje o dia parece mais brilhante depois de um fim-se-semana de sonho ou mais qualquer coisa que eu nunca imaginara!!!! De repente tudo começou a fazer sentido outra vez, valentes mmas!!!!
O pai salta da cama directo para o duche enquanto eu preparo o bébé para a escolinha. Mudo fralda, lavo a cara e penteio-o com colónia Johnson. Que biti mi à biti??? Calças de veludo cotelê e polo de riscas azuis com um casaquinho de lã. Beijo-o e vamos tomar o pequeno almoço!
Sento-me à mesa a olhar o Castelo de Palmela e o bé olha-me fixamente - sopra ! - faltam lá as velas mas diz-me que sabe que a vida mudou....passou apenas um ano mas não me lembro da vida antes de ti...Entre uma dentada na carcaça e um gole no leite com café, faço os meus pensamentos.
"Cada vez que olho para ti, reconcilio-me com o amor mas esta coisa de vasculhar dentro de mim sempre à procura não sei de quê, tem-me martelado os neurónios e eu sei que tu sentes isso.
Começo a encontrar pontas soltas - resquícios de mim - o que me leva a pensar na importância disto que tenho vindo a construir com as mmas...cá dentro"
Papá chega aqui....toma conta do filhote...agora vou eu tomar banho - duche e vestimenta. Sabem tão bem estes cinco minutos de água quentinha pelos ombros. Quase tão bem como a música tocada e cantada ao meu filho pelo seu aniversário - o primeiro - por três Santos mariolas, lindos e generosos como eu nunca tinha conhecido!!!
Começo mais um dia...mas decidimos depois de análise aturada de ranhoca constante a sair pelo nariz do filhote e dos seus olhos lacrimejantes que hoje eu e ele ficaríamos em casa; por isso consegui este feito de iniciar a minha carreira de blogger .
A soneca da tarde que agora termina deu-me 20 minutos para perceber como isto funciona - prometo voltar assim que tiver tempo. Beijos - Tenho de ir....

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

Calada, eu?!

Fico sem argumentos. Ouço queixas sequenciais das faltas de estares descontraídos, e tudo o que se foi confidenciando como libertação, ao longo de anos. A solução, refiro eu, está aqui, agora à mão de semear. Eu até compreendo a doença das crianças ou os tão afamados afazeres domésticos, mas recuso-me a compreender a ignorância e o medo que dela provém. Não, não posso aceitar um “como explico uma ‘reunião’ só de mulheres, e que hei-de eu dizer se tiver de falar para todas?”. Fiquei incrédula. Como se explica que o simples facto de se estar entre quatro paredes, com elementos do mesmo sexo e experiências diferentes, não é sinónimo de orgia libidinosa? Esta inoperância mórbida é o reflexo do ser-se mulher portuguesa. Assustador. Prazer em sentir-me 'controlada'? Não obrigada.
Ainda bem que existem as excepções.

domingo, 11 de dezembro de 2005

eeeh

¡de rastos... acordei agora!

Home stinkst

"Só eu sei porque não fico em casa..."

sábado, 10 de dezembro de 2005



ver post: Festa-party

sexta-feira, 9 de dezembro de 2005

Um problema de ph


Falta de paciência. É isso. Estou sem paciência nenhuma. Céus. Começo logo de manhã, sem pachorra para acreditar que tenho de saltar da cama. Não me apetece comer nada do que há no frigorífico. Se o telefone toca, aborrece-me, se não toca, queixo-me. Visto-me, mas estou farta do frio e só queria andar a suar em bica pelas vielas desta aldeia capital. A raposa abre o olho e a primeira coisa que diz é: Desenho! Como se pode acordar e ter uma vontade grotesca de começar logo a rabiscar? A seguir, ainda eu de pijama, quer brincar às lojas, vender-me fast food (salsicha, gelado, hambúrguer, e tudo o que me dá vontade de ficar em jejum até ao meio-dia). Corro para a banheira, no segundo em que todos cá em casa estão por segundos distraídos (exclui-se o peixe, que anda acabrunhado, já lhe mudámos a água como nos disseram os tipos da store de amigos pouco falantes, mas não era um problema de ph). Saio das minhas próprias águas um bocadinho mais paciente, mas por pouco tempo, confesso. Estou sempre a pensar que deveria fazer isto e aquilo, que aquilo e o outro também devia ser feito, lá enfio a chávena do leite a custo na máquina que mudou as mentalidades cá em casa, mas prossigo respirando fundo, como se as autoridades estivessem a caminho do bairro para me levar à esquadra e interrogar-me até contar o que sei e não sei.
Não há pachorra.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Festa-party: dia 11 às 16h00

Este Domingo as mmás estão em festa!
-Comemora-se o quinto e último encontro de 2005 – o próximo calha dia de Natal, estamos fechadas em casa a rechear o peru.
-Cantamos os parabéns a F. pelo primeiro aniversário – um sortudo com uma muito mmá mãe, que traz bolo e serpentinas.
-Aproveitam-se as cervejas de um bar muito recomendável que duas uruguaias abriram há pouco tempo lá na Casa, e com muito bons sabores, para brindar à fortuna que nos espera irremediavelmente em 2006.
-A Péssima traz massa para os miúdos fazerem bolo rei (com brinde) para cada participante levar para a sua própria e próxima reunião de condóminos.
-E queremos convidar pais, tios, avós, amigos, amigos dos amigos, e quem quiser para passar umas horas de caos a (des)comprimir na airosa sala das mmás na Casa dos Dias d’ Água.
-DJ por confirmar.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Inconsciente cleptomaníaco

Deixei as miúdas a falar sobre piercing, festas Erasmus, enfeites eróticos para as pontas de lápis, psicopatologia geral, a viagem de volta para Itália, e a Sagres que iriam beber no cafezinho da Graça, dali a minutos – são duas italianas, estudantes de Psicologia, uma completamente emotiva na forma de estar no mundo, outra completamente racional. Eu agarrei na pasta, troquei o nome de ambas à despedida, enfiei a borracha no bolso do casaco (o meu inconsciente cleptomaníaco terá pensado, pelo formato semelhante, que era um isqueiro, como todos os outros que trago diariamente sem nome nem morada), e pus-me a caminho de casa, a pé, a pensar que tinha saudades de decidir fazer qualquer coisa assim de repente, como apanhar o barco para o Barreiro e ir comer tremoços numa tasca a cheirar a petróleo.
Foram 25 minutos de caminho a pé. Há pouco tempo não me atreveria a desperdiçar tanto tempo, aliás, provavelmente nem teria essa hipótese. Hoje caminhei um décimo da força que tinha nos músculos, e quando cheguei a casa vinha com um fresco no cérebro. As italianas ainda devem estar a beber Sagres.

Rascunho de lista

A árvore está decorada com espaços em aberto para algo que há-de chegar. As luzes cintilam com as vontades da programação múltipla. A contagem decrescente faz-se lembrar constantemente com quero istos e aquilos:
– mano como se escleve sponge..
– S…P…O…
– Não, não, já não quelo o sponge, quelo umas botas, mano, mano, como se escleve botas?
– B…O…T…
– Não, tamém não, como se escle…
– Raio do puto que não se decide… ó mãeeeee o piolho está a chatear-me!
– N’stou nada.
– Estás.
– Não.
– Sim.
– Tu é que começaste!
– Ó dãhh!!! Tu é que precisas que te digam como se escrevem as palavras…
– Puke sou mai novo inda não sei scevê
– Então telefona, pode ser que o Pai Natal te perceba.
– Ó mama qual é o telefone do Pai Natal??
– Amanhã eu dou-to, agora ele está a dormir…
– ehhh tá semple a dulmirrr...
– Tá nada, não vez que é da diferença horária, entretém o bicho-das-castanhas.

: )