sexta-feira, 28 de julho de 2006

O país das férias...

Fica tudo louco: despacham o trabalho que não fizeram o ano inteiro e esperam que os que ficam arrumem tudo direitinho para que nada se passe na ausência deles. Sofrem de um solipsimo latente: se não estiverem a trabalhar mais ninguém existirá, o mundo inteiro vai ficar de férias, e no regresso a vida vai começar do ponto zero!

Para que conste - eu estou cá MMA's!!
Bom fim de semana.

quinta-feira, 27 de julho de 2006

Episódios da Vida Real (I)

Partilhou a história entre gargalhadas e sem ressentimentos. Ela era nova, bonita e intelectual. Actriz de profissão, ia já no segundo casamento. Um dia chegou a casa tarde, como de costume, entrou no quarto e sentiu um cheiro insuportável. Não se distinguem os cheiros, por muito familiares que sejam, quando não estamos à espera deles.
Então ligou a luz. Na sua mesinha de cabeceira, os livros empilhados tinham sido recheados com postas de bacalhau e regados com azeite.

Era um recado do marido, um pouco mais velho, também artista. Sim, ela era nova, bonita e intelectual. Mas isso não era desculpa para nunca lhe fazer o jantar.

Wakedwoman!



Are you awake?

Nunca é demais!


A APSI - Associação para a Promoção da Segurança Infantil alertava em 2005 a propósito da campanha para prevenção dos acidentes mortais por afogamento com crianças:

"Os afogamentos continuam a ser a segunda causa de morte nas crianças e jovens em Portugal, ocasionando cerca de 30 por ano, em lugares tão improváveis como as banheiras, alguidares, poços, tanques e fossas, sem deixar de fora os mais óbvios como piscinas, lagoas e praias de rio e mar, principalmente as não vigiadas"

Os números em 2006 talvez não andem muito longe. A propósitos de casos recentes, tão absurdos quanto crueis, nunca é demais relembrar:
- Vigie activamente e em permanência a criança na água ou perto dela; em férias, redobre a vigilância.
- Esvazie baldes e alguidares.
- Escolha praias e piscinas públicas vigiadas.
- Vede a sua piscina, tanque de rega ou o lago do jardim. Cubra adequadamente os poços. É importante dificultar o acesso das crianças pequenas à água através de barreiras físicas.
- Utilize auxiliares de flutuação: coletes e braçadeiras, bem ajustados ao corpo da criança.
- Ensine as crianças a nadar e a ter comportamentos seguros na água.
- Respeite a segurança em embarcações aquáticas.
- Em caso de emergência, chame o 112.
- Tire um curso de socorrismo: isto pode ajudar a salvar uma vida.

E, acima de tudo, DIVULGUEM e ALERTEM: há que informar e sensibilizar.

segunda-feira, 24 de julho de 2006

Pequeno Tónico Literário

Última Tentação

E então ela quis tentá-lo definitivamente. Olhou bem em volta, com extrema atenção. Mas só conseguiu encontrar uma pera pequenina e pálida.
Ficaram os dois numa desesperante frustração.
Não há dúvida que o Paraíso está a tornar-se cada vez mais chato!

Mário-Henrique Leiria
(Novos Contos do Gin)

Alvíssaras


Estou aqui há 3 minutos - de portátil sobre as pernas, baloiçando numa cadeira com pés rodados, na minha varanda com vistas para o Holocausto e o Tejo – a pensar em dois programas televisivos. Um deles, finado, completamente, tão finalizado e esquecido, que eu já nem me recordo da ‘graça’. Era os perdidos e achados da TV. Lembram-se? Aquilo era pidesco, horroroso. Estava um gajo em qualquer lado, feliz por se ter visto livre de um bando de familiares execráveis, quando de repente aparecia a câmara e o repórter a dizer ‘cu-cu, cá estamos nós, apanhámos-te’. O outro programa até não anda muito longe, em termos conceptuais. São ‘As Pistas da Bu’. Porra, ainda este fim-de-semana falei com uma mmá acerca da coisa. E as opiniões convergem. O tipo é genial, não podia ter sido melhor escolhido. Até acho mais, quem faz aquilo bem, faz qualquer coisa ainda melhor. Que coerência, que equilíbrio, que sensatez, que expressividade.
Esta verborreia habitual para introduzir o verdadeiro tema do post. O Jal. O Jal era a pessoa que gostaria de encontrar, se alguém mo achasse. Até à TV ia, se fosse plausível, colar um cartaz de ‘Procura-se’ no ecrã, tirá-lo do sério, só para saber que é feito. Conheci-o há uns 15 anos, numas férias em Lagos. Já fiz pesquisas na net, já liguei para o número fixo, já dei volta aos contactos da área. Não sei quem dirigiu a primeira palavra naquela esplanada da vila algarvia. Eu estava de ‘vacaces’ sozinha, e fui beber one beer num bar que há 3 anos, pelo menos, ainda mexia, lá no meio das lojinhas de souvenirs. Sem saber bem como, fui parar à mesa dele, sem saber porquê lá estava no dia seguinte à hora marcada, à espera de uma boleia para ir para uma festa algures no meio do campo, com uma data de freaks, supus eu. Era o aniversário do Jal. A quinta era da família, chão poeirento, figueiras e alfarroba como convém, mais umas trinta pessoas no mínimo. O almoço foi sardinha, por debaixo de uma árvore que nunca mais esquecerei nem que viva mais que um carvalho. A copa gigante gigante abrigava uma mesa circular de cimento onde toda a família e amigos bebiam como loucos, ao som de música e sapatear de Baco. A avó no centro, a mãe, os primos ou irmãos, os tios e as noras, os novos e os velhos, mas sobretudo um calor imenso e aquela coisa de eu não estar ali por nenhum motivo, nem sequer vir ao caso. Aquilo foi muito melhor que cinema. Sex, Drugs, Rock n’ Roll, tinto ou branco, com a velha senhora de combinação a gerir a orquestra. Depois, de 15 em 15 minutos organizavam-se magotes de people and arts por baixo de uma moita contígua, também adubada - na certa -, qual floresta ‘assavanada’, a fumar joints com a espinal medula no chão quente, a ver cair a noite entre os bushes, como soldados em plena guerrilha, à espera de ouvir quebrar um ramo. Eu também lá estive deitada. Eu também comi sardinhas. Eu apanhei boleia de volta para a minha toca no campismo. Eu voltei a visitar o Jal na casa de Arroios. Eu ouvi as histórias das suas esculturas e instalações na praia. Eu perdi-lhe as pegadas, com muita pena, a minha. Eu dava alvíssaras a quem soubesse do paradeiro deste homem extraordinário. Aqui ficam as minhas pistas! Buuuuuu!

PS: Vou suar uma semana on the road again. FuNking work!!! Have fun, mmas!

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Eles andam ali



Um barquinho ligeiro andava,
ligeirinho andava no mar.
A nuvem passou,
o mar se agitou,
o vento soprar
e os barcos a virar.
Vem a onda, baloiça o barquinho
e o barquinho faz "tchap" no mar.


Os maiores veleiros do mundo.
São lindos. Ok, ok, sou suspeita, eu sei, mas que gosto deles gosto.
Estão abertos ao público. Os marinheiros são uma simpatia, até parecem de água doce, e é sempre divertido ver os putos a brincar aos piratas agarrados ao leme. No capitán Miranda, do Uruguai podemos sentar-nos no lugar do capitão. Cá fora podem assistir a uma coreografia simpática de luta de piratas e depois beber uma imperial fresquinha numa daquelas esplanadas na Rocha Conde de Óbidos. Soube-me muito bem.
Sábado à noite está agendada festa rija e no domingo fazem-se ao mar às 11 da manhã.
Nós, os daqui de casa, vamos aproveitar a partida para um bom pequeno almoço à beira rio. É sempre um espectáculo ver o sagres zarpar.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

40 graus à chuva

Era uma vez um dia de Verão.
Daqueles que às duas da tarde não se ouvem os passarinhos, refugiados nos ramos mais folhados das árvores, a dormir, de penas bem abertas para deixar entrar qualquer brisa que se atreva. Por mais pequenina que seja.
Um daqueles dias de Verão em que, sem poder sair de casa, os ufs e os ais suspiram de 15 em 15 minutos.
Os salpicos salgados saturam-nos a memória dos dias de praia. O barulho das ondas, os gritos dos putos enchem-nos os ouvidos de cheiros de mar.
Era uma vez um dia de Verão que recebeu a visita do Inverno que bateu o pé e disse: “Este dia é meu!”
O Sol martelou-o com uma onda de calor de impedir qualquer estação do ano de meter pés ao caminho de Julho.
Mas o Inverno não se deu por derretido e respondeu à altura dos céus, com umas rajadas de vento que queimavam o rosto dos incautos que não se refugiaram nas suas casas.
Nunca se tinha assistido a uma coisa assim, até este dia de Verão.
Quem se aventurou a andar pelas ruas, em direcção às praias, agarrado aos chapéus, bolas e barcos cheios do ar do dia anterior - cumprindo o calendário de Julho - apanhou um valente duche enquanto cavalgava pelas ondas do Atlântico.
O Inverno chorava de rir, das manhas do Verão: “Pensas que evaporas as minhas gotinhas trabalhadoras! Nem penses, seu amarelo enfadonho! Olha para eles a divertirem-se à grande.”
“Pensas tu... Experimenta ficar cá mais do que um par de horas e vais ver o divertimento deles transformar-se em tristeza” – respondeu o Verão, enquanto espremia o Sol para aumentar a onda de calor. Estava prestes a rebentar quando reparou que as pessoas começavam a abandonar as praias.
Naquele dia, em que as estações do ano se misturaram e lutaram pelo mesmo tempo e pelo mesmo espaço, as pessoas a Sul, perderam o Norte. Amontoaram-se nos centros comerciais, acotovelando-se como formigas gigantes num carreiro de formiguinhas minúsculas.
O dia já não era amarelo, nem laranja, não era nem cinzento, nem castanho. Ficou com a cor da confusão, entre o “vou e o não me apetece”, entre o “quero e afinal já não”. Ficou com uma cor desconcertante e desagradável.
Até as gotinhas ficaram desgovernadas. Enquanto caíam trocavam salpicos umas com as outras: “Que gostavam de aventura mas que aquilo também já não tinha piada. Que já se tinham sentido melhor noutros dias e que estavam fartas de transpirar, que queriam um pouco mais de higiene!”.
O Inverno, que já estava a ficar amarelo com tanta súplica e enjoado com o movimento das baratas tontas em que se tinham tranformado as pessoas, começou a ficar da mesma cor que o dia. “Gostava mais de as ver como as conhecia – pensou - animadas a escorregar na neve, ou apaziguadas nos sofás das suas casas a ouvir as doces gotinhas cantar na rua.”
O Sol sentia que estava a ganhar o dia e resolveu esticar uns raios de paz.
O Inverno sentiu-os a pintar o seu cinzento, que já pouco tinha de escuro e enviou-lhe um sorriso. Subiu bem alto, sacudiu as últimas gotas, mensageiras do final daquela tarde de Julho:
“O dia 11 somou duas estações, mas há espaço para todos ao longo do Ano. Volto daqui a uns meses. Para varrer algumas folhas, as mesmas que abrigaram hoje os passarinhos. Não vou interromper mais o calor que estendes pelos teus raios. A cor do dia vai voltar a ser amarela. Mas tens que admitir que a que pintámos hoje não era má de todo!”
O Verão deixou que essa cor inundasse o dia uma só vez mais para responder ao Inverno.
Era um daqueles dias de Verão em que as toalhas voltam a estender-se nas praias. As gaivotas continuam o seu canto, desnorteadas, como sempre. Os outros passarinhos largaram em voos de fim de tarde à procura de comida.
E em casa, terminaram os ufs e os ais.
A cor amarela da areia estava logo ali. O cheiro do mar também.
Era uma vez um dia de Verão.


FIM!

PINTA UM DESENHO COMO A HISTÓRIA

NOME : MM DATA : 12 - 07 - 06
Nota: O enunciado, feito muito "direitinho" a computador, foi elaborado pelo meu filhote, de 6 anos (bom, quase 7 diria ele...). Deixou-o feito no ambiente de trabalho do computador num destes dias de férias, para eu completar "quando tivesse tempo", recomendou-me. A estória já está, falta o desenho.
Depois de lhe dar tantas tarefas para passar o tempo, alguma havia de sobrar para mim! É bom quando eles nos desafiam. Agora só me falta o desenho!

quarta-feira, 19 de julho de 2006

Manual de Sobrevivência para Mães Modernas

Para ganhar forças para as férias, vou rumar ao Norte do país na primeira semana de Agosto. Deixo as crianças na praia com a minha mãe e depois regresso à cidade. Vou enfiar-me em casa a dormir, dormir, dormir. Não vou pôr um pé no supermercado, nem um dedo que seja na cozinha. Não vou pensar em absolutamente nada. Sou bem capaz de aproveitar para ir aos saldos comprar coisas para MIM. Um par de sapatos no mínimo e o resto logo se vê. Também quero cortar o cabelo e tratar dos meus pobres pés, que estão uma desgraça. Talvez vá à Galiza comer uma parrilhada e ao Porto matar saudades das francesinhas do Capa Negra. E namorar.

Serão coisas a mais para uma só semana?

terça-feira, 18 de julho de 2006

Ó que pena!


Euromilhões Lisboa Dakar 2007 com as inscrições esgotadas em apenas uma semana.
Logo este ano que ia propor a participação das mmas.
Até já tinha o modelo de camião e tudo.

DDCS*



* Donas de casa satisfeitas

Aparvalhamentos

Se uma melga incomoda muita gente, duas incomodam muito mais.
Com isto está provado que o calor faz mal à mente, entorpece os movimentos e cria dormência nas pálpebras. Assim, a redução de posts está directamente relacionada com o aumento da radiação ultravioleta.

sexta-feira, 14 de julho de 2006

A VW convida no Sábado


Ladies,
Vamos variar tempo e espaço.
As relações precisam mudança!!! Sempre em Casa, sempre em Casa, chateia!
Let's have a drink at Vagina's living room.
Apareçam lá para as 17h30.
Envio morada contra recebimento de SMS, e as novas mmás que queiram aparecer, podem enviar mail com número de telefone.
PS's:
-Tragam um saquinho pequenino de sal e uma carcaça seca, para dar sorte às minhas paredes!
-Não tenho marido nem criança em casa!!! Uauuuuuu, é quase melhor do que quando não tinha os pais, há 15 anos.
-Tragam quem quiserem, desde que arrumem o que ficar desarrumado, pois eu estou pelos cabelos.
Abracinhos e eu compro os drinks!

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Está demasiado calor, é o que eu acho.

7:30
Tiriri-tiriri-tiriri
7:31
plafft
7:35
Tiriri-tiriri-tiriri
7:36
plafft
(…)
8:00
– Ó mãe!!! Já são oito!
– hummmm
(levanto-me em forma de arrasto psicológico com a ideia de não me esquecer do estava a sonhar para continuar na noite seguinte)
8:02
– Ó mãe, hoje não quero tomar pequeno almoço!
– Ó mãe onde está a minha T-shirt azul?
– Ó mãe, hoje não quero ir
– Ó mãe, o mano está a empurrar-me
(20 ó mães depois e ainda não consegui chegar à cozinha)
– Sai da frente, não vês que a mãe sem café não pensa?!!
– Tu é que estás na frente
– Não sou nada, és tu!
– Tu!
– Tu!
– Arghggggghhhhhh
(silêncio,
45 segundos,
bzzzzzoooooouuunngg
pling
encho uma chávena com café e bebo-o quase de um golo)
8:05
– Bom dia filhos
– Ó mãe onde está a minha T-shirt azul?
– Ó mãe, hoje não quero tomar pequeno almoço!
– Ó mãe, hoje não quero ir
(…)
Preparo as tostas mistas e espremo as laranjas, enquanto eles comem eu preparo as mochilas.
Mochila 1: Uma sandes de queijo, uma sandes de fiambre, um sumo de maça, um sumo de laranja, um pacote de bolachas, um queque, mais um queque, uma garrafa de água e outra garrafa de água.
Mochila 2: Uma toalha, outra toalha, uma bola, um frisby, um game boy dentro de um saco de plástico para não apanhar areia, outro saco de plástico com um telemóvel.
Mochila 3: um par de sapatilhas tamanho 40, um par de meias tamanho 38-40, um par de sapatilhas tamanho 33, um par de meias tamanho 30-32 (tenho de comprar meias para o puto), uns calções, outros calções, uma t-shirt, outra t-shirt.
Mochila 4: Um bolicao, outro bolicao, um sumo de laranja, um sumo de maça, dois pacotes de bolachas, uma maça, outra maça.
As quatro mochilas ficam empilhadas à porta de entrada para ter a certeza que não me esqueço delas.
8:35
– Ainda não estão prontos, temos de chegar sempre em cima da hora?
– Ó pai olha o mano
– Ó pai não fiz nada
– Ó pai ele bateu-me
– Ó pai ele é um grande mentiroso, eu é que sou sempre o culpado, pois, pois.
– Shiuuuuu!!!! Os dois a lavar os dentes já imediatamente!
– Não me molhes!
– Eu?! Tu é que abriste a torneira!!!!
– Mas tu empurraste-me
– Ó pá! Esquece! Não se pode viver contigo!
– Olha! Então não vivas!
– Pôooois tu queres é que eu morra, grande irmão!
– Não sou nada, sou mais pequeno que tu!
– Ó maaaaaãe olha o mano a molhar-me com a escova, que nojo, pára!
8:45
De protector solar em riste espero-os. Protector 50+ para a cara, ombros, costas, braços, mãos, orelhas, depois mudo para o protector 40 para as pernas e pés.
– Ó mãe ……….
– …
– …
– …
– …
(estes dez minutos do diálogo foram censurados por opção própria.)
8:57
Todos enfiados no elevador com quatro mochilas bem recheadas. Stress a entrar no carro. Fila no fim da rua. Atalho. Constante coincidência da senhora de bengala a atravessar a passadeira. Stress dentro do carro. Atravessa um gato em forma fugida. Travo, não travo, abrando, atraso, reclamam, refilo, o calor é muito, demasiado, estamos atrasados, como de costume.
9:03
Cruzamento. Boa! A camioneta ainda vai dar a volta à rotunda. Estacionar onde calha. Correr para a escola. Gritos, berros, todos em fila, contagem de cabeças. Saem indianamente e desaparecem na camioneta.

9:07
Ali estamos os dois, com café verdadeiro à frente, sentados numa esplanada onde a aragem insiste em brincar com as folhas da árvore que protege o lugar do sol já alto.
Suspiramos, sorrimos e deixamo-nos ficar um pouco mais.

quarta-feira, 12 de julho de 2006

E um software para limitar a estupidez humana, não se arranja?

SherlockSoft monitora permanentemente cada pagina Web que é visitada e gera um registro cronológico para sua posterior revisão. A diferencia do histórico de um navegador, SherlockSoft armazena a hora do início e da finalização da visita, a atividade do usuário em dito site, e não pode ser apagado.

Com o Sherlocksoft os e-mails enviados e recebidos são automaticamente guardados no PC. Mesmo que os e-mails sejam apagados uma cópia secreta se mantém a salvo para ser fiscalizada. Ficando ao seu dispor informações consistentes e detalhadas do: assunto, remetente, destinatário, data e hora de saída ou entrada de todos os e-mails.

SherlockSoft registra toda a atividade das Seções de chat. Seja nas salas dentro das pagina Web ou nos programas de mensagens instantâneas tais como ICQ, Messenger e outros. Foi desenvolvido para gravar os textos de ambos os participantes da conversação e respeitando sua ordem cronológica para uma fácil compressão e leitura.

SherlockSoft armazena e captura a tela do seu PC de acordo com o intervalo de tempo que você determina. É possível conseguir uma freqüência de uma captura por segundo. Além disso, possui um SlideShow que vai lhe permitir ver a seqüência das imagens capturadas de um jeito simples e dinâmico. Oferecendo-lhe a possibilidade de conseguir um resumo visual de todas as conversações, mensagens instantâneas, e-mails digitados e lidos, os sites visitados, programas abertos, e tudo que foi realizado com o seu computador, da maneira mais cômoda e rápida possível.

SherlockSoft lhe permitirá gravar todas as palavras digitadas em qualquer aplicação você poderá saber o que, quando e onde se digitou cada palavra. SherlockSoft não só captura os caracteres alfanuméricos mas também os caracteres "ocultos" e as combinações de teclas (ex: as senhas digitadas). As palavras digitadas são organizadas cronologicamente e por aplicação lhe permitindo diferenciar o que foi digitado num processador de texto, numa planilha de cálculo, num navegador ou num e-mail.

Sherlocksoft permite gravar cada programa ou aplicação, cada janela do programa que foi aberta no computador que você monitora. De cada programa, você poderá conseguir a seguinte informação: horário de abertura, período de execução, e tempo de utilização efetiva do mesmo. Detectando-se, por meio disso, se o programa esteve verdadeiramente em uso ou se simplesmente foi aberto e deixado como tela para enganá-lo.Sherlocksoft permite saber a simples vista todas as aplicações que foram usadas no dia. Se alguém descarrega um programa que começa a afetar o desempenho do seu computador, você perceberá imediatamente.

Entendemos que a confidencialidade é um fator chave para o sucesso de programas como Sherlocksoft. É por isso que o programa se mantém invisível para qualquer um que você decide que não está autorizado saber que o software está instalado no seu computador.

terça-feira, 11 de julho de 2006

O Calhau

Tenho um amigo que gosta tanto foder com homens que diz que se fosse mulher seria a maior puta de Lisboa. A deixa não é assim lá muito original, mas lembrei-me dela agora.
Não fui a maior puta de Lisboa, mas lá que fodia o que me apetecia lá isso é verdade. Sempre fui muito dada aos prazeres da vida e nada dada ao amor romântico, graças a Deus, a Buda e a Alá. Sempre me diverti à grande e à francesa. Diverti-me, aliás, em várias línguas e dando até bom uso à língua. E nunca me sentia sozinha, nem infeliz, nem defraudada.

Sempre tive insónias, exceptuando os meses de gravidez, em que dormia que nem uma pedra. Que nem um calhau. Um rochedo. Qualquer coisa assim em grande. Sono pesado, mesmo.
Mas eram insónias que não chatevam. Não tinha que me levantar cedo e, havendo alguém ao lado, podem ter a certeza de que haveria de ficar acordado comigo. Tenho os meus truques.

Acontece que o calhau que divide a cama comigo se irrita com as minhas insónias. Eu sou uma profissional da insónia e preciso de público quando o sono não chega. Há qualquer coisa na noite que não me deixa dormir. Tenho uma espécie de pulsão nocturna que me faz levantar da cama que nem uma mola descontrolada mal tento fechar os olhos. É obviamente um espectáculo bonito e precisa de espectadores, de palmas, de gritos histéricos a pedir mais e mais. Bis, por favor, bis!

Mas não. O mesmo calhau que me fez o grande favor de não dormir noites a fio, durante anos a fio, para me convencer a apaixonar-me ao ponto de com ele procriar, agora irrita-se com as minhas insónias. E eu fico com uma insónia das más, porque me sinto sozinha, infeliz e defraudada. Fico a matutar no assunto e, com o cérebro cheio de assuntos urgentes como este, não consigo pregar olho. Olho por olho, dente por dente? Se me caçou de forma vil e desonesta, fingindo ser capaz de ficar acordado, mesmo tendo sono, que espécie de castigo merece?

Façam o favor de atirar a primeira pedra. Estão abertas as votações.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Estou lá quase III


-Queres fazer uma coisa útil?
-Não.

Este diálogo repetiu-se vezes sem conta nos últimos dias. Eu era a dona da resposta. Ele o autor da pergunta. E só hoje consegui tomar uma iniciativa - sem ser realmente coagida - no processo de restauro da casa nova (atenção que fui gestora e programadora de tudo, desde as questões contratuais até à definição dos operários, fiscalização da obra, pagamentos, agendamento da mudança, enfim, fiz muitos telefonemas, perdi muito tempo em filas, conversei com muito trolha). E consegui fazer remodelações profundas em 28 dias, com mudança incluída. Também elaborei alguns preconceitos entretanto, como seja o de que todos os profissionais de gás são severamente afectados pela inalação da substância, perdendo grande percentagem da capacidade pensante. E cheguei à brilhante conclusão: se tivesse de trabalhar na construção civil, o melhor era especializar-me como electricista (já verão porquê).

Resumindo, durante este mês evitei ao máximo os trabalhos práticos. O melhor é ficar quieta, para não causar algumas desgraças próprias da minha desconcentração. De qualquer modo, consegui aplicar hoje 3 puxadores de porta (média de 5 minutos cada para atarrachar um parafuso), mudei um interruptor (45 minutos, e felizmente lembrei-me de desligar o quadro), raspei o rodapé (com o meu melhor vestido, acabadinha de tomar banho). Estou orgulhosa!

Entretanto, ainda não me mudei e já me apetece vender a casa e fazer disto vida. Ora bolas, há muita boquinha bem alimentada à custa da especulação imobiliária. Por que não a minha?

Está lá II?

Estou pois.

Se... com crianças de férias, em casa.
E... com mudanças à vista: apenas um quarto da casa empacotada e poucos metros quadrados para circular.
Então... triagem ao rubro, com as crianças em delírio pelas preciosidades que encontram.

Adiciona-se compromissos profissionais e mais alguns sociais e a conclusão é MMÁ, com tudo o que isso tem de bom.

Está lá?

Estou pois.
Estou mentalmente de férias.
Estou fisicamente arrumadeira.
Estou economicamente cigana.
Estou psicologicamente anti-social.
Estou ABSOLUTamente por aqui e por ali
entretida com pequenas coisas e sabe-me bem.



Quantas conseguem descobrir?

sexta-feira, 7 de julho de 2006

Antes e Depois IV



:)


Bem sei que por esta altura já não me safo da fama de tarada e psicopata, eventualmente. Mas o curioso é que os mesmos comentários, feitos por um homem ou por uma mulher, têm ainda conta, peso, medida e significados diferentes.
Por isso mesmo, continuarei a 'blablabar' até fartar ou me mandarem calar!

A Vossa Vagina, speaking!!!

eheheheh

Suor frio

Esta imagem escolheu-me hoje de manhã. Vá lá saber-se porquê! Não tenho nenhuma vontade de desatar à pistolada. Não tenho motivos para puxar nenhum gatilho. Não tenho nenhuma arma em casa. Mas pensando bem, já brinquei horas sem fim aos polícias e ladrões. O meu pai sempre teve uma arma em casa, desde que me lembro (acho que já vos contei!). Vi-o uma vez guardá-la em cima do guarda-fatos (neste caso, guarda-pistolas também). Ele não me viu a vê-lo. E quando ficávamos em casa sozinhos, eu e o meu melhor amigo, saltávamos lá para cima, tirávamos o objecto com as mãozinhas finas e curtíamos mil. Há alguns anos, revelei-lhe a confidência e fiquei a saber que a coisa sempre esteve carregada, depois de lhe subir uma gota de suor frio do queixo à testa.
Esta semana, num sinal de trânsito, parei ao lado de uma carrinha com cinco tipos lá dentro, todos de uniforme da Câmara Municipal de Lisboa. Discutiam em voz alta, e às tantas, o motorista saca de uma 'bicha' igualzinha e aponta-a a um dos colegas. Eu lembrei-me daquela sensação do 'agora estás morto, agora morro eu'. E hoje, um amigo levou com um tiro de raspão de uma pressão de ar, enquanto comprava umas palmilhas no sapateiro. A coisa veio do nada, de um carro que passara na estrada e se escapulira no mesmo instante em direcção Norte, forte. Afinal, afinal, sempre fui eu que escolhi esta imagem. Se calhar ainda me apetecia o faz de conta dos agentes e foliões. Acho que a teria usado em pelo menos duas ou três circunstâncias semanais. Quando levei com o eléctrico 28 em cima da tromba do carro, à saída da creche, e sem culpa absolutamente nenhuma, apesar de um 'minha amiga, a culpa não é minha. O eléctrico não pára, a senhora é que não podia estacionar em cima do passeio'. Quando a máquina de pagamento do parque de estacionamento me engoliu o cartão, e tive de falar com 10 profissionais, até lhe desentupirem a garganta. Quando tive de acartar com uma cozinha às costas, sozinha, nos armazéns de uma grande superfície self service, e depois de horas, a porra do lava loiças estava amolgado. Enfim, nada de especial, mas a verdade é que este mundo anda armado, e eu às vezes bem me apetecia desatar aos tirinhos.

Imagem: Angels Last Dance

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Antes e Depois (da maternidade)



O que é que mudou na vossa vida depois da maternidade? Pode alguém dar importância a algo que não conhece? Uma noite (muito) excessiva fez-me voltar a amar a vida familiar. Há qualquer coisa de oco, vazio, pobrezinho, na copofonia.

E o que é que não mudou? Sim, ainda preciso de festas, de copos, de amigos, de aparvalhar.

Mas que bem que me sabe voltar a casa, espreitar as crianças e enrolar-me no M! Sentir-me-ia vazia se eles não estivessem lá.

Antes e Depois II

Antes e Depois I



terça-feira, 4 de julho de 2006

Swing


Parece-me um auto-retrato.
A câmara está em cima da cómoda (acho este substantivo genial) - que mania a minha de fazer sempre um comentário linguístico quando começo um texto, espero que não seja sintoma de uma psicose grave.
Ela está aborrecida. Na verdade, o que gostaria mesmo era de estar na praia, numa esplanada, com os pés enterrados até ao pescoço, de cerveja fresca entre as coxas, cigarro no canto da boca, cabelo apanhado, suado, e nada na agenda. Está aborrecida e em casa, o marido joga ténis de mesa com uns amigos (não, se calhar é mais equitação). É domingo, e o baby - maravilhoso - cheio de inveja do pingue trote, pongue galope, braceja como se estivesse dentro de água.
Eu tenho um auto-retrato em vídeo - provavelmente é o meu preferido - que fiz quando a menina tinha muita banha e ruguinha na perna, lá para os seis meses. Dançamos as duas uma música de Mano Chao, eu com um sombreiro de palha gigante, ela de fralda seca ou molhada. Foi um momento de encantamento, aquele swing. A imagem ficou felizmente desfocada (é nestas alturas que desconfio da existência de um diabo com muito bom gosto). Parece uma pintura. Além disso gosto do facto de a nossa intimidade se manter inviolada. É preciso duas para dançar o tango, nós acertámos o passo e dobrámos a perna.
Daqui a nada, dois anos depois, vou buscá-la à lente de uma rotina tantas vezes desanimada, hoje apaixonada.
beijinho beijinho

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Não cheguei a ver, mas gostava de ter visto


"The most stigmatized people in Calcutta's red light district are not the prostitutes, but their children. In the face of abject poverty, abuse, and despair, these kids have little possibility of escaping their mother's fate or for creating another type of life.

In Born into Brothels, directors Zana Briski and Ross Kauffman chronicle the amazing transformation of the children they come to know in the red light district. Briski, a professional photographer, gives them lessons and cameras, igniting latent sparks of artistic genius that reside in these children who live in the most sordid and seemingly hopeless world.

The photographs taken by the children are not merely examples of remarkable observation and talent; they reflect something much larger, morally encouraging, and even politically volatile: art as an immensely liberating and empowering force.

Devoid of sentimentality, Born into Brothels defies the typical tear-stained tourist snapshot of the global underbelly. Briski spends years with these kids and becomes part of their lives. Their photographs are prisms into their souls, rather than anthropological curiosities or primitive imagery, and a true testimony of the power of the indelible creative spirit".

sábado, 1 de julho de 2006

Luto e entreajuda

A associação A Nossa Âncora pode ajudar pais em luto. Deixo alguns excertos da página na internet.

Sobre o Luto
A palavra luto quer dizer “dor” causada pela morte de alguém. “Fazer o seu luto” quer dizer literalmente: “passar através da sua dor”.
(...)
O luto é assim um acontecimento normal da vida e não uma espécie de doença. Infelizmente, a negação do sofrimento e da morte na nossa sociedade impedem o desenrolar normal da resolução do luto. A dissimulação e o recalcamento aos quais são obrigadas as pessoas em luto são factores muito importantes de “stress” e até mesmo de doença.
(...)
O luto apesar de ser um trabalho individual, é também um acontecimento colectivo. Toda a comunidade sofre a perda de um ser que tinha tecido à sua volta toda uma teia de ligações. É por isso que a pessoa em luto deve, no seu caminho, tornar-se solidária para não ficar solitária. A perda de um membro de uma família, de uma comunidade, toca todos e faz reviver em cada um as suas próprias perdas. É toda a comunidade que fica privada de um dos seus.

Sobre os Grupos de Entreajuda
Um grupo de entreajuda é um conjunto de pessoas com os mesmos problemas que se reúnem pondo a nu e partilhando emoções e sentimentos, com o objectivo de tentar superar as suas dificuldades. Num grupo de entreajuda cada um dos elementos serve como modelo de identificação perante os outros e os testemunhos prestados vão ajudando à caminhada do grupo no seu conjunto e cada um em particular.
Normalmente os pais chegam a estes grupos num estado de fragilidade emocional e física muito grande, completamente perdidos, sem saber que rumo dar à vida, sem interesses, nem mesmo pelos outros filhos.

A Nossa Âncora escuta com muito amor todos os pais que a procuram e precisam desesperadamente de falar dos seus filhos. Eles sentem que têm ali um espaço onde podem chorar, ser escutados ou simplesmente ouvir os outros.Vários pais (homens) confessam que vão aos grupos porque é o único sítio onde podem mostrar-se, chorar a sua dor sem vergonha.Os pais, jovens ou menos jovens, começam por descarregar a sua angústia contando os detalhes, por vezes horríveis, das últimas recordações que têm do seu filho. Entre estas lembranças há os postos de polícia, as noites sem dormir, o desejo de gritar o seu sofrimento.
Quando eles descrevem os seus dramas, ninguém fica chocado. Todos permanecem firmes e solidários. Não existem críticas, só compreensão.Nestes grupos onde se partilha o sofrimento partilha-se também a esperança. Os pais têm necessidade de ter um lugar onde em segurança e com confiança possam abrir o seu coração e dizer o “indizível” gritar se tiverem necessidade de o fazer, sem que de imediato lhes seja administrado um calmante. À medida que se vão integrando nos grupos, vão criando laços de amizade e alguns pais verbalizam interrogando-se: “Eu preciso de voltar a ser feliz por mim próprio, pelos meus filhos, pela minha família e amigos, mas é tão difícil. Será que vou consegui-lo algum dia?E começam a interessar-se mais pelos tempos da caminhada dos outros.
Quanto tempo depois do seu filho ter morrido é que deixou de ir todos os dias ao cemitério? Quando é que desmanchou o quarto da sua filha? Quando é que conseguiu ver televisão outra vez? É capaz de olhar para as fotografias dele ou dela sem chorar? Um sem fim de questões que os abafam e querem começar a destrinçar. É a esperança a dar os primeiros passos.
A morte desencadeia reacções muito fortes que nós não dominamos. O grupo de pais pode trazer-nos principalmente a descoberta de que os outros também vivem as mesmas tempestades de violência, de agressividade, de ciúmes, de angústia, de medo. É libertador. É preciso reconstruirmo-nos, procurar de novo as nossas raízes e encontrar os nossos alicerces.