quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Da velocidade


Talvez seja altura de retomar as palavras em que radicou o espaço MMA’s:

"Espaço e tempo para experimentação não isolada. Uma forma de sair do armário da maternidade, com liberdade para que mães, mulheres anónimas, se exponham, se interiorizem, se lembrem, se banalizem, se encontrem, se distanciem, se analisem, se ilibem ou o que bem entenderem."

Ou o que bem entenderem.....

Não é um espaço de obrigação, não teremos de escrever sempre como temos de agir sempre, alimentar sempre, vestir sempre, estar sempre sorridentes. Aqui não – hoje sou voyeur, amanhã militante...

As casa nem sempre estão cheias de gente mas não é por isso que ficam mais vazias....

Não estamos a morrer – aqui fazemos de facto o que bem entendemos, ainda que seja fazer nada!

Aqui vai a minha mão cheia de NADA queridas MMA’s!

quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Com (impa)ciência, Brigitte Fontaine, sff

Hipoconsciente 2

Superconsciente 1

Velocidade



Um amigo ligou-me há minutos. No meio da conversa, saiu um “tenho ido ao ‘teu’ blog, aquilo está a morrer”. Desliguei o telefone. Fui à cama da minha raposa, que chorava de choro entupido, por causa de um ouvido vermelho, inflamado. Sentei-me de novo ao computador. Aqui estou. Sem saber por onde começar. Há dois dias percebi que preciso de pensar. Só isso. Pensar sobre mim. Parar as máquinas (raios partam a da roupa e de secar, que todas as noites ou quase todas, ali ficam a lavar roupa suja como duas comadres carpideiras, blá blá blé, blé blá blá), desligar este PC, deitar-me no chão, fechar os livros, parar os relógios, fechar o barulho da rua dentro da embalagem de comida da tartaruga que parece hibernar, mais ou menos, assim assim, sem levar nada à boca desde que uma amiga a trouxe cá para casa e lhe comprámos uma ilha deserta para viver um amor e uma cabana no pior dos mundos: sozinha. Perdi-me para variar. É por isso que preciso parar, pensar. Estou sempre a perder-me em isto e em aquilo. Como se tivesse em minha cabeça os textos do Almada, aqueles que simulam o funcionamento de uma fábrica. É assim que me penso, como uma fábrica que trabalha por turnos, sem arrefecer jamais os motores, com as correntes e as válvulas a fumegar, gastas e roufenhas. Este texto é igual ao original, não lhe mudei uma vírgula, pois tenho uma fúria de chegar a algum lado, e vou deixando trapos à minha passagem, trapos de ariana, para voltar a casa, eu própria, sem regressar nua. Vou-me assim despindo de coisas que o corpo e o outro corpo - o tal que está dentro do primeiro e não se vê – reciclam numa cadeia alimentar sem alimentos que se faz de in put out put, put in, put out, mas put, put, put, put. Se este blog está a morrer é bom que morra em paz. Eu tenho pouca vontade de ficar sem ele, mas a verdade é que ando muda. Tenho poucos comentários a fazer, poucas mensagem a dizer. Porque estou em trânsito, em hora de ponta de mim própria, com o mundo a transitar à volta e a muito mais velocidade do que a permitida por lei. Estou a abrir, e quero só fechar.

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Velhos são os trapos



Chimpanzés preferem acasalar com fêmeas mais velhas
As cópulas iniciadas por iniciativa do macho aumentam com a idade das fêmeas. E o número de machos num grupo é maior se estiverem presentes fêmeas mais velhas
Os machos chimpanzés e os humanos são diferentes no que respeita a preferências na idade das fêmeas para acasalar. Apesar de, tal como nos humanos, preferirem algumas fêmeas em vez de outras, os chimpanzés sentem-se mais atraídos por fêmeas mais velhas. São as conclusões de um trabalho realizado por cientistas das universidades de Harvard e de Boston, publicado ontem na revista Current Biology.Enquanto os chimpanzés têm um sistema de acasalamento promíscuo, os humanos formam relações de acasalamento invulgarmente longas, o que torna as fêmeas jovens, com maior potencial reprodutivo, mais atraentes. Estudos multiculturais indicam que a atractividade feminina humana tem, em geral, um pico antes da maternidade e decai com o envelhecimento. Pensa-se que a menopausa, que limita a fertilidade futura, acentua a preferência por mulheres jovens. Teoricamente, numa espécie sem menopausa nem relações duradouras, os machos não deviam sentir-se mais atraídos por parceiras jovens. Esta foi a hipótese que a equipa de Martin Muller, da Universidade de Boston, testou, estudando os nossos parentes mais próximos, que são promíscuos e as fêmeas permanecem férteis toda a vida.Os cientistas estudaram as preferências de acasalamento da comunidade de chimpanzés Kanyawara do Parque Nacional Kibale, no Uganda, durante oito anos. É complicado inferir as preferências a partir dos dados de acasalamentos efectivamente consumados, porque cada cópula reflecte sempre algum compromisso entre as duas estratégias reprodutivas, do macho e da fêmea.Os machos nem sempre conseguem acasalar com as suas parceiras preferidas. Seja porque a competição com outros machos é intensa ou porque as fêmeas expressam preferências conflituosas. Por isso, os investigadores usaram múltiplas abordagens para avaliar a atractividade das fêmeas. O primeiro é a abordagem para a cópula. As cópulas de chimpanzés são frequentemente precedidas por comportamentos de corte masculinos, como observar fixamente a fêmea com o pénis erecto. Depois, tanto o macho como a fêmea se podem aproximar para acasalar. Os investigadores verificaram que as cópulas iniciadas por iniciativa do macho aumentam com a idade das fêmeas. E o número de machos num grupo é maior se estiverem presentes fêmeas mais velhas. Uma terceira análise demonstrou que as fêmeas mais velhas têm uma taxa de cópula mais alta com machos de elevado estatuto. Como os machos dominantes têm mais possibilidades de realizar as suas preferências de acasalamento, trata-se de uma indicação da preferência masculina.Segundo os autores, os dados distinguem solidamente os padrões de preferências de humanos e chimpanzés, indicando que a preferência dos homens por mulheres jovens é uma característica que surgiu como resposta adaptativa à tendência humana para formar ligações duradouras.
Será certo que os homens preferem mesmo mulheres mais novas? Há algumas explicações para isso: o pico da fertilidade nas mulheres é entre os 20 e os 24 anos, e pelos 50 anos chega à menopausa. Mas os homens, em teoria, podem continuar a fazer filhos até morrerem. Por outro lado, diz-se que as mulheres preferem homens mais velhos por terem uma posição social mais elevada. Estas ideias são explicadas, por exemplo, no livro A Sobrevivência dos Mais Belos, de Nancy Etcoff (Replicação). Mas o primatólogo Frans de Waal, da Universidade de Emory (EUA), disse à revista Science que os dados sobre os hábitos de acasalamento em várias culturas não permitem fazer comparações com os chimpanzés: "Toda a gente pensa que os homens preferem mulheres mais jovens. Mas todos os resultados humanos se baseiam em questionários e na selecção de fotografias de mulheres que consideram atraentes. Não sabemos se na vida real fariam o mesmo." C.B.

no Público d'hoje

1


Ontem vi uma vaca com duas cabeças no campo, enquanto agarrada ao volante do meu novo carro em segunda mão nas planícies verde fluorescente do Alentejo pensava que até valia a pena converter-me ao tunning, criar uma banda de garagem, pôr um anúncio no jornal a pedir umas horas emprestadas, dar mais espaço a mim pessoa e à minha filha idem, beijar o pé aleijado do meu marido agora de canadianas, enfiar um grito pela janela fora de agradecimento à vida, tomar banho na banheira de um pastel de nata, injectar cafeina na veia, dormir dois meses seguidos, tirar um fim-se-semana de boémia e estravagância em Paris, Rio, Dakar, passar a dormir vestida, mais ainda do que já o faço, pagar uma cirurgia plástica aos dedos que se atendinitam nas teclas do PC, sair nua ao Chiado, contratar uma infidelidade de qualquer género menos o plágio, fazer uma festa gigante com todas as pessoas que adoro, embebedar-me até ao joelho, pagar promessas que nunca cheguei a fazer, dormir ao relento, pescar no mar, inventar inventar inventar inventar inventar inventar idem idem ide ide i.....
Mmá, por afeição. Um ano. Um plano. Um intervalo. Uma fotografia de madame Gallas.

segunda-feira, 20 de novembro de 2006

coincidencias?!


A dada altura resolvi comprar dois daqueles muito em voga bambus verdinhos para juntar a um já mais antigo que desesperava sozinho lá em casa... presente de final de ano dos alunos do N.
Uma amiga, certo dia, gabou o conjunto, porque cheio de rebentos e pujante, e contou-me que, ao que parece, são plantas muito sensíveis que reflectem os estados de espírito dos seus possuidores. Pragmática como sempre, anuí um “hum, ai é?” inconsequente.

Na semana passada murchou um dos bambus.

O meu pragmatismo vacilou e eu acho que fiquei com mais uns cabelos brancos aqui, bem no centro do risco ao meio.

Parabéns a vocês

Parabéns a vocês
Queridas mmás deste mundo
Obrigado por existirem
Guardo-vos cá bem fundo

Passámos um ano juntas
Mesmo que com ausência
Vejo-a como bom sinal
Canto a minha sobrevivência :)

quarta-feira, 15 de novembro de 2006

Dia sim Dia não



















Às vezes gostava de ter nascido mulher muito elementar e fértil ou muito sofisticada e infértil.


do livro A Cruz de Santo André, de Camilo José Cela

segunda-feira, 13 de novembro de 2006

gosto disto



mais informações aqui

Já vos contei que sou 'viciada' em jogos?

Parada?

Parada?
Desaustinada.
Avariada.
Ensonada.
Desenfreada.
Prostrada.
POSTada.
Felizarda.
Desorientada.
Aficcionada.

Sou só uma e tantas.
Quem sou afinal?
Não quero saber.
Ou quero?
Hoje não!

Esta MMA anda às voltas com uma casa que nunca mais abre a porta.
Em reviravoltas com um emprego que não chegou.
De cabeça à roda para que os cêntimos se transformem em euros.
Para fazer rir os mais pequenos lá em casa, incluindo o PPA.

Parada?
Em crescimento, for sure.


Boa semana, MMAS.

domingo, 12 de novembro de 2006

Um ano

Não, não estamos paradas

Estamos na pausa própria do crescimento.


São os muito afazeres que ocupam o lugar a que pertencem e invadem o recanto das mmas. Cada uma, de uma ou outra forma, têm tido alterações significativas nas suas vidas. Não boas, não más, apenas mudanças com todas as implicações devidas.

Neste entretanto podem sugerir, escrever, implicar, desatinar, perguntar, o que vos der na gana, nos comentários, no chat ou por mail para ser inserido em forma de post.


"obrigada por nos teres acompanhado durante este ano"

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

zi



Surgiu-me esta imagem enquanto navegava à procura de nem sei bem o quê.
Porque hoje é dia de ZI aqui está uma pequena achega.

imagem de Aleksi BRICLOT