segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Familiar?

Qualquer parecença com a realidade é pura coincidência.


Cliquem na imagem para ver melhor.
Reparem bem na evolução da personagem.
Ao início parecem-se todos com o Príncipe Perfeito (ver cabelo). Não é?
No final são todos uns diabos… e se repararem não são assim tão diferentes do deus (ver a expressão do olhar e a ‘imposição’ do corpo. Ahhh! e a lira com que nos dão música, presa ao cinto para não a perderem...).

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

segunda-feira, 21 de agosto de 2006

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Não abdico, não abdiquei


De férias no meio do mato
De uma linda cabana, isolamento
De silêncio e voz do mar
De ratos e osgas, cobras e lagartos
De pés sujos
De terra, cactos e factos
De entrar numa festa sempre pelo corredor central
De olhar nos olhos dos copos
De beijar a minha filha na boca, ‘sôssos’ do melhor que há
De roubar uma sesta ou outra
De fugir do chuveiro, cheirar a sal, cloro e churrasco. Tabaco, claro.
De ter o carro mais sujo do mundo
De o lavar quando chegar a altura
De abrir excepções a tudo, à rotina da cantina
De me rir e ser ridícula
De o mandar dar uma curva e lhe dar boleia a seguir
De o possuir ao luar
'Diu' olhar
Dos TACs à minha filha (ataques de beijos na coluna, Técnica do Amor Compreensivo)
:)
De me transformar no monstro do sovaco, bicho horribilis que lhe beija as conchas suadinhas
De fazer listas de compras que sempre perco pré-prateleira
De cantar ao volante, improvisar, largar as mãos e fechar os olhos, até alguém me substituir, vá lá
De preguiçar
Gastar
De voltar, lamentar, saudosar as maravilhosas férias a três, na cabana do Luís, com vista azul para o mar.

«Desperately seeking WW»


Nova busca: onde anda a WakedWomen??
está já na altura de ficarmos "raladas"???

quinta-feira, 17 de agosto de 2006

A minha praia de infância


Outro dia a minha filha pediu-me um copo de "água seca"!!!
... porra, e ainda há quem diga que a cultura não vem nos genes! Sou alentejaninha - ah pois sou - e como muito muito 'órgulho'.
-"Vá lá VW, faz adeus às meninas, diz que já chegaste à cidade" - insiste a consciência de Vagina, que continua a pensar que está no meio do mato, a voyeurizar a paisagem de mar e areia, deserta de gente, carros, parques de estacionamento, passeios, neons, restaurantes e pares de pernas aos milhares. Já cá venho contar.
Intézzze!
Foto daqui

Shou shim shenhoura

Estes são os meus cheiros de infância.
Sou beirã e não há nada a fazer, está-me nas narinas.


As tardes de domingo eram passadas à beira rio.
As curvas e contracurvas da estrada estreita, as montanhas, as cascatas, os recantos frescos e as montanhas espelhadas, a manta de retalhos, o farnel, o som do rádio a pilhas do meu pai e as rendas infindáveis dos enxovais que a minha mãe fazia tornaram-se imagens entranhadas. Os girinos, as rãs, os peixitos e as cobras de água, as pedras redondas, as folhas pastosas e os galhos partidos, os joelhos esfolados, as canelas com nódoas negras e os pés e mãos com pele de salsicha faziam parte de mim, ainda fazem, e agora fazem parte da infância dos meus filhos, pelo menos assim o espero.
Estou de volta.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

As férias grandes

Brincadeiras sem fim debaixo de um calor sufocante, de secar qualquer pinga de água na garganta, ao longo de dias que nunca mais acabavam.

Dias amarelos, mesmo. O restolho, da palha cortada bem rasa, cortava-nos os pés, a mim e à minha irmã. Nós usávamos daquelas sandálias que nos protegem das picadas do peixe-aranha e que nos deixava os pés às riscas, no final do dia, tal era a camada de pó.
Tive a sorte de ter “avós do campo”. As férias de Verão eram passadas a subir figueiras, casas autênticas para quem já se dignou a olhar com atenção para uma figueira algarvia, que estende cada braço até ao chão.
A minha figueira de adopção tinha 2 quartos, no primeiro piso. Uma varanda para quem se aventurasse a subir mais um pouco, com direito a balcão para pousar os braços e tudo.
Cá em baixo, um tronco retorcido fazia lembrar uma sanita, outro mais flexível, uma porta de passagem, ao estilo do faroeste. E ainda tinha sofás, duros como troncos, está-se mesmo a ver.
Durante aqueles intermináveis 3 meses as brincadeiras com os meus primos dividiam-se entre estas “casas” e as corridas de carrinhos de mão, sempre que os apanhávamos vazios de amêndoas, que abrem para serem colhidas nestes meses quentes.
A casa dos meus avós fica situada junto a uma estrada alcatroada super inclinada. No topo tem um reservatório de água enorme, mesmo ao lado da eira para onde o meu avô, noutros meses mais adiante, levava o trigo e as favas para pôr ao vento.
Mas voltando ao alcatrão: Colocávamos o carrinho de mão no topo da ladeira, com um piloto a bordo. Daí embalávamos o carro, sempre a correr e quando este tivesse atingido a velocidade de ponta, soltávamos o destino, e o piloto que se aguentasse no carro desgovernado. Descíamos aos “esses” e cambalhotas até parar, invariavelmente, na berma entre as ervas secas. Hoje sei que não queria ver nenhum dos meus filhos a protagonizar a brincadeira, mas o certo é nunca ninguém se magoou!
Na eira também havia a fase dos fardos de palha, às centenas, empilhados como tijolos num labirinto para cumprir até ser noite. A custo voltávamos a casa, com palhas até aos cabelos, metidas pelas meias se as tivéssemos, a saírem pelos buraquinhos dos atacadores. Dava uma comichão de loucos!
À noite, o jantar servia-se na rua, à luz de uma lâmpada poderosíssima que apagava quando aquecia. Nessa altura a de 40 watts lá fazia, mal, as vezes da outra.
Lembro-me que, como qualquer criança, me perdia nas conversas dos grandes. As refeições eram intermináveis, uma seca. A única distracção de jeito era ver as osgas, que deslizavam nas paredes caiadas da casa da minha avó, à caça dos milhares de mosquitos e borboletas hipnotizados pela luz.
Todas as janelas tinham rede mosquiteira, verde. Mesmo assim, antes da hora da deita a minha mãe descarregava latas de “Banzé” ou “Dum-Dum” pela casa.
À espera que o cheiro desaparecesse, ainda ficávamos deitados numas espreguiçadeiras feitas pelo meu pai. Noite em que não víssemos um par de estrelas cadentes, não era noite não era nada.
No dia seguinte era acordar e vestir o biquini para mais uma manhã de praia. Uma manhã que tantas vezes ia até às 2 da tarde. Ainda apanhámos uns valentes escaldões, eu e a minha irmã. E na hora da sesta é que eles apertavam, junto à marca dos calções! Pois é, íamos para a cama, desse por onde desse. Para digerir as sardinhas assadas na brasa, acompanhadas de batata pequenina e redonda, com pele, e de grandes doses de gaspacho, tão fresco. Também frescas vinham as melancias, enormes, colocadas logo de manhã no chafariz, a flutuar entre os peixes que iam escapando às sorvedelas das vacas que ali vinham matar a sua sede.
De vez em quando venho também a estas recordações matar a minha sede de menina. Hoje foi um desses dias.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Sabedoria Popular


"Então Sr. Barbadinho, tem fama de apanhar muito peixe, aqui no Rio Pavia?" - jornalista
Sr. B., pescador:"É verdade sim senhor. Mas só trutas. Robalos, carpas, chego aqui não apanho nem um, só as trutas.
Uma vez apanhei uma de 1kg, até saiu a fotografia no jornal, no Castrense."
jornalista:"E então diga-me, qual é o segredo?"
Sr. B:"O segredo? nenhum. É elas quererem!"

Por melhor que seja o pescador (ou o isco) só te apanham se quiseres.....

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Eyes wide shut

“Portugal é o segundo país da União Europeia onde os cidadãos têm mais dias de descanso, entre férias e feriados.”
É a referência de um estudo da União Britânica de Sindicatos, divulgado esta semana pelo “Correio da Manhã”.
Não há MMAl que não venha por bem!
Por aqui também se ressona em alto e bom som. Não ouvem???!!!
E a tirar pelo trânsito no Algarve, pela lotação dos mini/super/hipermercados, pelos centímetros de areia de praia ganhos à custa de muito suor e lágrimas, a verdade é que Portugal está a dormir no Algarve!
Seja bem-vindo e volte depressa para pôr o país de novo a funcionar, porque para quem não está de papo para o ar, às vezes é difícil viver assim o dia-a-dia.

Para fazer justiça ao artigo, a contabilidade dizia que os portugueses têm direito a 39 dias de descanso por ano – entre os 25 dias de férias e os 14 feriados (que incluem o feriado municipal concedido por cada concelho).
Só somos ultrapassados pelos italianos… esses… latinos!!! Que ficam a cuidar do corpo e da mente durante 40 dias do ano.
Estamos em pé de igualdade (!) com a Alemanha, Dinamarca, Finlândia e Holanda.
Do outro lado, do daqueles que menos pregam olho, estão os estónios. Têm 20 dias de férias e sete feriados por ano.
Em contrapartida, nas contas das cargas horárias, estamos entre os países da União Europeia com maior carga horária semanal. Mesmo assim: 1,1 horas a mais.
Boas férias, se fôr caso disso.
Senão, coragem, porque o Sol quando nasce…
Foto: O descanso de Héctor Gutiérrez

sábado, 5 de agosto de 2006

Episódios da vida familiar I, II, III e IV

I
Pai – Abre a boca e engole o remédio.
Piolho – mas o que é isso?
Pai – Abre a boca, já!
Piolho – mas o que é isso?
Pai – Já disse para abrires a boca imediatamente.
Piolho – mas o que é iiisssssooooo?
Pai – É remédio, já te disse, abre a boca.
Piolho – mas eu quero saber o que é isso?
Pai – Abres a boca a bem ou a mal?
Mãe – Ó filho, é Motilium.
Piolho – Ahh!! está bem, dá cá.

II
Bicho das Castanhas (BdC): mãe porque é que o mano tem de ir ao hospital?
Mãe: Porque há três dias que não come e o que bebe vomita, corre o risco de ficar desidratado.
BdC: mas tem de lá ficar?
Mãe: se continuar a vomitar e com diarreia sim, tem de ficar a soro.

BdC em sussurro, no quarto: Olha mano, estás a ver aqueles tubos que metem pela boca e aquela máscara que põem na cara e aquelas agulhas que espetam no braço e aquelas pessoas todas de bata branca com aquelas luvas de dar choques que viste no outro dia na televisão?
Piolho: Sim!
BdC: É o que te vão fazer no hospital caso não bebas água de 5 em 5 minutos.
Piolho: Ó maaaãeeiiiii quero águaaaaaa.

III
Médica hospital: Então o que é que o menino tem?
Piolho: nada, já estou bem.
Entretanto estou eu a explicar a minha preocupação com as diarreias, vómitos e temperaturas de 35,4° (na altura do rastreio 35,6°) enquanto ela escreve minuciosamente o que digo.
Piolho: Tu és muito simpática
Médica hospital a sorrir: vá, despe-te e deita-te aí para eu te ver.
Piolho: Mas as cuecas não!!!
Médica hospital: Não, descansa, só a t-shirt e calções.
Piolho enquanto ela apalpa a barriga e ele ri: Sabes que és muito bonita?
(E assim fica uma mãe desacreditada de todas as preocupações com um filho que uma hora antes parecia estar a morrer)

IV
Médica hospital: faz a canja só com o peito do frango sem gordura, e vai dando apenas uma colherzinha de cada vez..
Piolho: Olhe, desculpe, mas o outro médico escreveu que eu podia comer a canja que quisesse.
Médica hospital: desde que comas devagar sim, podes comer a canja que quiseres
(comeu três pratos de canja seguidos, não vomitou e a diarreia parou. Ufa! Estou cansada. E eu que dizia que na quinta ía de férias… não há nada que eu combine fora do normal que me corra como previsto, parece sina!)

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Direitinho

"Uma casa caiadinha
para nela habitar
uma vaca, uma cabrinha,
um porquito a engordar

Uma esposa diligente
para doce companhia,
a cuidar dos seus filhinhos
cada noite e cada dia.

E mais nada é preciso
para a vida com doçura
decorrer em paz tranquila
desde o berço à sepultura."

Excerto do texto Salazarista dirigido "Ao Emigrante", que integrava o livro da 3ª Classe e que ensinava ao povo o horizonte a que tinha direito.

Se tirarmos a vaca e a cabrinha, não vos faz lembrar nada?

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

What a lovely day


Ó céus, adoro esta sensação de congestionamento cerebral do day after. A cabeça não se atreve a muito. Verga-se à água corrente, consente os beijos da menina que salta para os lençóis perfumados dos 30 cigarros que a noite fumou. Ainda bem que faz sol lá fora e sombra cá dentro. Thanks to god, a cidade se esvazia minuto a minuto. As férias se aproximam hora a hora. Os dias se confundem e o ano não ganha bolor. Ó céuszinhos, adoro ter a família connected. O marido de férias, aqui por casa, as refeições a três, para variar de um ano, dois, quase um trio, em que nos ouvimos só à noite adormecida, sobre a colcha sem rendas, na ressaca de uma rotina de horários dessincronizados, com a raposa a perguntar-me onde está o pai, onde foi ele, se é que vem, e quando será isso. Agora sim, percebo quanta falta faz ter companheiro presente, deixá-los na cama a dormir e sair para a rua. Estou muito contente. Estou louca de amores p’la minha filha. Estou de ressaca, em família.

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Varão no Verão


E por que há varões e varões, pergunto-me se será possível usar o da banheira antes de experimentar.