A cada casa seu pórtico.
Não é uma figura esfíngica mas podia ser feita de pedra. A cara é dura, como o local onde nasceu: árido, e fuma cigarros encostada à parte de trás do balcão com a mão direita por baixo do cotovelo esquerdo. Não sei se o pé encosta à parede como se estivesse à espera de cliente porque do lado de cá não se consegue ver para além da sua cintura, mas podia, sim podia...
Diz bom dia a quem entra, meio a contra gosto, sobretudo a estranhos (e para uma recepcionista de um edifício de escritórios de cinco andares quase todos são estranhos).
Arranco-lhe de vez em quando um sorriso – não menos incómodo que a sisudez da face – e até acho que eu não lhe desgosto. Sabe de todos, onde andam, com quem estão, a que horas entraram e saíram. Às vezes penso que é mesmo ela que manda nisto.
2 comentários:
manda, manda. por exemplo, no sítio onde eu trabalho quem mais manda são as secretárias e os seguranças que estão na porta...
A-do-ro!
E se queremos que alguma coisa se saiba?
A quem é contamos, quem é?
ab
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