sábado, 1 de novembro de 2014

Cinquenta e dez

Há dias em que todo o peso do mundo recai sobre as mães, sobre as avós que para mais e, felizmente, ainda são filhas. Um peso leve mas consistente que se carrega a custo e com prazer. O peso de se fazer porque sim, porque é inevitável, porque o maldito adn para tal nos programou e nem que sofrem ventos de libertação....!! Há dias em que a idade não existe e voamos ao sabor do entusiasmo para só sucumbir ao sabor da exaustão óssea. Há dias em que a idade é um fardo que se odeia carregar, não por ela mesma, mas pelo que representa da finitude, antes, impensada e agora visível e palpável. Quando se esperava a continuação da imortalidade dos trinta, eis que uma dor na balança e outra no calendário nos despertam , qual príncipe maléfico desencantado, para a coisa dos cinquenta! sessenta!! ..e horror: eis que então é por isso que me custa tanto levantar do raio da cama de cama, até de lá ficar, de esticar um braço para tomar o raio do comprimido da tensão arterial ..??!! Felizmente há sempre almas amigas caridosas que nos elevam o moral com "estás tão...tão..fofinha !" , "que pele tão fresca e rosada!" - ignorando o botox natural que dá pelo nome de GORDURA . Há dias em que, quando o peso do mundo recai sobre as filhas de sessenta anos, elas se sentem gratas e sortudas, pelo que conseguiram na vida, pelo que têm e esperam continuar a ter por mais uns anos, porém, não me digam que os sessenta são um marco maravilhoso de realização, de plenitude, de plena satisfação pessoal, porque haverá sempre um peso a carregar: um pai doente, uma filha indiferente, dinheiro a menos, peso a mais... Haverá, principalmente, um espelho uma balança e um calendário. Isto, se ainda conseguirmos mirá-los.

sexta-feira, 1 de março de 2013

Mães de ...restos!

Andam as mães de rastos, cansadas, esfalfadas a ganhar uns trocos, a providenciar o bem estar das crias e dos parceiros socio/conjugais, porque ...sim. Andam as mães de hoje a esfalfar-se por ultrapassar as expectativas dos respectivas progenitores que, in illo tempore também , à sua maneira, se esfalfaram pela excelência da tarefa. Andam, não andam??? E depois ficam de rastos para usufruirem dos restos do tempo que lhes sobrar. Já p'ra não falar do resto da energia que, bem vistas as coisas,é apenas o resto do que lhe sobrar de entusiasmo, de alegria, de satisfação emocional, de bem estar interior que só umas merecidas férias num SPA muito Zen poderia restaurar. E os queridos, amorosos filhinhos, que é deles?? Dizemos que estamos radiantes por um ser engenheiro, outra especialista de tal e tal, quando , na verdade continuamos a espremer a ansiedade por vermos que de pouco valeu o esfalfanço perante a inevitalibidade da falta de sustento próprio seja lá por que for. Pois é..anda uma mulher a esfalfar-se para, no fim, quando o repouso da guerreira deveria bater à porta, mais não lhe restar do que continuar a providenciar mais do mesmo. É a crise, é. A económica, a civilizacional e energética-da "energia" pessoal. Sim, porque , com tanto esforço, nem sempre nos lembramos de incutir às criancinhas a obrigatoriedade de se esfalfarem elas mesmas para, o mais cedo possível, providenciarem o seu próprio sustento e (porque não?) por sua vez, o bem estar de quem, antes, lho proporcionou. Nós , mães, não queremos ficar de rastos,para só ficarmos com os restos, pois não? Patch

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Mãe...há só muitas!

Quem acha que mãe há só uma, pode parar de ler este post porque, na verdade, como mãe, volta e meia fui-me (des)multiplicando, variando de querida, meiga e sensível a neura, irritável e insuportável, para a prole e p'ra mim mesma.Ora me suporto , ora me impaciento comigo mesma! Se acha que exagero, esperem pela men-oh-paua e depois, sim, falem comigo. Filhos?? Mas que p'ra que raios anda uma mulher a esfalfar-se pelos petizes quando os ditos, mal crescem, vão à vida deixando-nos com esse vazio de "será que pari mesmo alguma coisa sem ser um allien"? Va . liguem-me a cada dois minutos e digam que sou a melhor mãe do mundo !!! Irritável, sim, a idade não perdoa e quem pensar que as alegrias da menopausa passam pelo alívio da (uufff!!) não gravidez, pode virar o disco , já que , a coisa passa , igualmente , pela inapetência sexual ou ,vá lá...pois , tá bem...pode ser. Não pára aqui,! Vêm essas inconvenientes descompensações hormonais e - valha-me Santa TCH!- uma mulher incha, incha que parece ter sido soprada e ora bolas! vai-se o ego abaixo num piscar de olhos e , que remédio, venha um bon Hendricks p'ra aliviar...e siga a rusga. Alguém topa o filme??? Não. Mãe , há muitas. A que fomos, a que somos, a que gostaríamos de ter sido , mas a puta da vida torceu-nos a rota e assim somos. Mãe. Como a minha, jurei não vir a ser, mas , eis-me aqui, mais ou menos fotocópia chapada , tirando a bagagem intelectual que a coitada se esfalfou por me dar. Ah...filhos da mãe!! Se há! Ainda bem. Não não sou o gato. Sou a dona do defunto!

segunda-feira, 21 de março de 2011

Retrato


Retrato de mim mamã a caminhar para mãe. Marta.

terça-feira, 16 de março de 2010

As crias humanas e a sua (des)educação


Calculam que eu não sou mãe. Nem pai, pois fui disso impedido antes que pudesse dar um miado de protesto, na flor da minha puberdade felina, mas sei imenso de educação (e da falta dela)pelo que vou ouvindo à minha dona sempre que não tem mais com quem destilar a raiva das injustiças ou dos maus tratos verbais e outros que a rodeiam. Sou, portanto, uma espécie de psicanalista, só que bastante mais económico,também não passo recibos verdes e igualmente parco de opiniões.
Ronrono se concordo e ronrono se discordo, que mais não seja para a acalmar e fazer mudar de assunto.
Vem isto a propósito de ela achar que as criancinhas dos seis aos quinze anos estão cada vez mais complicadas, bem como os pais das ditas. O porquê, tem sido discutido, em monólogo, mas parece ponto assente que tudo começa...de pequenino, como o pepino.
É que, de há uns tempo spara cá, ela vem notando que os pais parecem ter pouco tempo para dedicar aos filhos,trabalham muito, coitados e , chegando a casa, toca a papar e cama, com DVD a adormecê-los...menos cansativo do que ler um livro de histórias e ter que responder às inevitáveis perguntas que a curiosidade coloca.
Depois, há que descansar, enquanto os putos adormecem com o Nody ou com um qualquer canal de TV e..ir até ao farmville semear ..para colher palmas dos amigos virtuais igualmente produtivos na tarefa de desenvolver crias com HDA ( Hiperactividade e Défice de Atenção).
As coisas que um gato sabe, hem???
Diz a minha dona que a atenção requer, desde pequeno,por parte dos pais, paciência, perseverança e regras firmes. Isto bem misturado com recompensas carinhosas e orgulho pelos pequenos progressos, que não passem por "prendas materiais". Os progressos devem ser sentidos na alegria dos pais e as asneiras , devem, igualmente , ser sentidas na decepção dos progenitores, mostrando sempre a certeza de melhoria pelo esforço. "Não há almoços de graça", diz o david Lodge e a minha dona concorda. O esforço e a frustração são normais. Pais felizes e pais zangados, também. Mas o mais importante é que sejam coerentes nas promessas e nas acções.
Nós, gatos, somos assim mesmo. Eu ainda me lembro bem da patada recriminadora da minha mãe, uma vez que arranhei demais a minha mana Julieta, quando ainda éramos bebés e ,mesmo hoje, se tento tirar partido do meu ligeiro peso ( uns reles doze quilos) para arreliar a mana, basta ouvir a minha dona: Roooomeeeeeeuuu!????
Tenho alguma esperança que umd estes dias ela fale de algumas crianças exemplares.
E de pais que acreditem que os professores não são torturadores de mentes jovens , mas apenas formadores de valores que eles nem sempre têm. Com os meus...
Deixo-vos para relaxar no sofá, enquanto a minha dona está a ver se encomenda online um livro de um tal Mike More :" Coping with Toxic Parents" ...
Muitos ronronados ...
Romeu

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

bom
2010

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

gripes

Gripes A, B, C... maiúsculas, bolds e itálicas

A que mais me preocupa é a E da Estupidez generalizada.

Que é feito dos valores humanos, da responsabilidade, da verdade?
Que é feito de nós?


segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Mais mãe

É mesmo verdade. Tenho mais um filho que nasceu há um mês. Como é diferente a experiência quatro anos depois!...Não há por aí nenhuma nova experiência mmá? Por cá parece tudo muito mais natural por isso o meu conselho é: não tenham um filho(a), tenham mais de um(a). Acredito que só a partir do quarto se consiga tirar o máximo proveito da experiência:). Infelizmente não posso estar nessa corrida...mas estou a aproveitar cada minuto desta nova aventura. São os dias mais extenuantes que já vivi mas o reboliço de uma criança, do irmão mais velho, enche-nos a casa de alegria e acorda-nos com um sorriso para cada tarefa. Por outro lado olhamos para o lado e sentimos a grande companhia que nos faz e o amor que nos tem e é aí que nos alimentamos para poder funcionar sem paragens. O que parece impossível deixa de o ser e os fantasmas de há quatro anos começam a ser enterrados. Mmá outra vez!

terça-feira, 3 de março de 2009


por Jean-Philippe Arrou-Vignod e ilustrações de Olivier Tallec