quarta-feira, 27 de dezembro de 2006

NÃO


Comprei 6 prendas e nenhuma para a L.
Não mandei mensagens,fiz dois telefonemas e mandei dois cartões
Jantei com os melhores amigos de véspera.
Fiz os coscorões da avó, porque já não há avó.
Não corri, andei devagar e vi as luzes.
Brinquei
No fundo até não foi um mau natal....

Em algum ponto teremos de parar este consumismo desenfreado. Eu comecei já!

4 comentários:

Isabel Freire disse...

Eu aprendi este Natal como trabalhar entre crianças. De portátil em cima dos joelhos, teclei horas a fio em cima de um banquinho rasteiro enquanto a minha filha brincava com a priminhas. Fez-me muito bem aquele exercício de concetração/abstração. Por um lado tudo é muito condensado/concentrado nesta época, desde a compra de prendas e predinhas, como tu dizes, MXT, aos afectos, desafectos, compromissos, protocolos, ideais, e uma lebre a correr (de preferência assada com uma maça na boca). Por outro, é o exercício da verdadeira abstração, um faz-de-conta em muitas frentes. A mim, o trabalho ajudou-me a diminuir ambas, aumentando-as de outro modo: na sua combinação.
As crianças compreenderam-me, deram-me espaço, partilharam aquela alma meio fantasma (a minha), e eu recusei-me a ir trabalhar para o escritório. Abstraí-me da brincadeira, concentrada no trabalho, e abstraí-me do trabalho concentrada na brincadeira.
Passarei sempre a trabalhar no Natal!
Bjs

putafina disse...

Eu trabalhei o dobro, o triplo ou quádruplo na 6ª feira para não trabalhar durante o fim de semana e no dia de natal.
Desliguei o telemóvel, recusei-me a fazer muitos bolos. Recusei-me a ser escrava dos banquetes.
Sentei-me por teimosia no chão ou no sofá, a olhar para os miúdos, ou a brincar com eles, a dançar, a pular e a esquecer-me que o mundo e os outros estão lá fora...
Que fase tão egoísta!

Anónimo disse...

no sábado em conversa pelo telefone com uma amiga disse que odiava a OBRIGAÇÃO de comprar prendas, inclusivé a do meu filho - escandalizei-a.
nessa tarde lá fui cumprir a OBRIGAÇÃO de comprar as prendas.
não comprei nada ao meu marido - escandalizei um sem nº de pessoas!
AI!
ODEIO o Natal!

bj
ab

Grilo Falante disse...

O nosso mundo é fértil em Máscaras. Temos a da manhã, a que pomos para o vizinho de cima quando nos cruzamos nas escadas, a dos chefes/patrões/empregadores e, como não podia deixar de ser, a do Natal.

Eu também não gosto do Natal. Mas ao dizer isto aos outros, não estarei a usar a máscara do "diferente que o quer ser"?

Cada vez me convenço mais de que as crianças são as únicas que, com ou sem intenção, e para além das nossas coisas de estimação, deixam cair no chão desfeitas em mil pedaços as nossas queridas e adoradas seguranças de porcelana.