
Passaram três anos. Ainda não é bem, mas é quase!
Quando a minha filha voltou de umas férias com o pai, do país que nunca foi seu, mas que sempre lhe será alguma coisa, nem que seja por causa dos genes, da língua, da genealogia, eu olhei-a na minha cama, a dormir a sesta, e percebi que em apenas 15 dias já me tinha esquecido do seu tamanho. Aquele tamanho de nós, casquinha que não vai ao fundo na água, e as saudades quase me saíram pela boca, assim tipo tripas à moda de qualquer coisa, de preferência agreste.
Passei por muitas coisas nestes três anos. E não tenho vergonha nenhuma de dizer que algumas não foram fáceis. Sobrevivi a um divórcio, que me parecia inevitável. Recuperei a auto-estima, atropelada por um tire daqueles com pneus muito entrançados. Aceitei-me com falhas, tal como as máquinas, que às vezes precisam sal, óleo, ou mais cuidado no manuseamento. Descobri forças em mim das quais não tinha jamais ouvido gemido.
Daqui a pouco a minha filha faz três anos. Estou encantada pelo meu companheiro, de novo. Voltei a tomar cuidado comigo ao espelho. Desculpo-me sempre que me culpo. Grito quando me entupo. E tomo anti-depressivos há 6 meses.
“Parabéns a vocêze,
Nesta saga infinita,
Muitas risadas loucas,
E mercúrio nas feridas”.
Ehehehhehe
A minha rentrée começa hoje!
May the goddess be with us!
Foto sacada daqui!