Ainda estou a passar por uma fase
coisa.
Coisa em várias frentes.
É que podia ser
coisa aqui ou ali mas não, é
coisa em tudo à minha volta.
Sinto-me assim como personagem de telenovela venezuelana a passar em sentido contrário ao enredo normal (uma
coisa no ecrã).
Primeiro foi o Natal, lá em casa, muita gente, muita prenda a fazer (porque eu sou daquelas que não compra nada feito), muita comida, muito trabalho, tanta
coisa que se repetir a
coisa é porque perdi a sanidade de vez.
Depois resolvi presentear-me a mim mesma, e sem a ajuda de ninguém a não ser de alguma intervenção divina desconhecida, com uma
coisa chamada puzzle (3000 peças que acabei de montar anteontem).
Misturada com a passagem de ano a ideia-necessidade-hipótese de mudar de casa, assim tipo
cocktail em
shaker. Seguiram-se vinte dias de consultas
coisa, visitas
coisa, desesperos
coisa. Claro está que a vivenda envidraçada sobre o rio não estava ao meu alcance, mais uma
coisa da vida! Seguiu-se uma mudança custosa que me deixou de rastos e que implicou um mês sem internet por culpa dos
coisos que andam por aí a dizer que aparecem e depois afinal não aparecem e quando aparecem nós não podemos aparecer.
A gata decidiu estranhar a nova
maison e vai daí que desatou a fazer
coisas húmidas em tudo o que é edredão, cobertor e
coisas almofadadas, repetidamente.
Ao mesmo tempo o meu filho mais velho está a ficar
coiso, isto é: não é carne nem é peixe, é uma mistura dos dois assim tipo
ar de frango com cheiro a bacalhau. A única
coisa que me consola é saber que esta aversão à água vai ser substituída por um excesso de higiene assim que ultrapassar a fase inicial da adolescência. E que chata que é esta coisa da adolescência, dolorosa para todos. Faz birras de choro porque o irmão mais novo reclamou um brinquedo que lhe pertence por direito e manda-nos boquinhas de comparação comportamental. Claro que tenho de usar o poder maternal: – Mas que
coisa, afinal quem é que manda aqui?!
O meu filho mais novo também anda com as ‘
coisíces’ típicas dos 7 anos. Já não é bebé, diz-se responsável para ir ao jardim jogar à bola e não precisa que a mãe o vá guardar por outro lado quer que o leve para a cama ao colo depois de adormecer no sofá a ver desenhos animados. Nesta altura sai-me sempre um: – Mas que
coisa, ãhn!
O marido reclama
coisa e tal mas como a
coisa não dá para tudo vai ficando com tons de amuamento amarelado.
Eu… Bem eu já não digo
coisa com
coisa (daí este título) por isso vou deixando passar assim como quem não quer a
coisa, pode ser que esta
coisa passe…
por péssima