domingo, 3 de junho de 2007

O que passou passou

Passou a noite, o dia, a semana, o mês. Meio ano, aliás. E os ponteiros do relógio passaram o tempo todo correndo atrás do rabo, massajando a barriga redonda, empanturrada de segundos, aos biliões de milhares.

Passou-me a vontade, muitas vezes. Passaram os prazos dos iogurtes que sempre se escondem nas costas do frasco gordo de mostarda. Passou de moda, de boca em boca, passou o inferno, o Algarve, a ponte, dos limites, se faz favor.

Uns passaram outros chumbaram, mas o meu companheiro safou-se e voltou a ter carta, finalmente, seis anos depois de conduzir sem papéis. Passou a dor de cabeça, a impressão no estômago, a tremura nos joelhos, a má circulação, o tempo de merda, o limite para entrega do IRS, o stresse, a promoção e eu caí doente na cama.

Tinha passado um mês a deitar-me diariamente - sem folgas - às 6h00 da madrugada, puxando pelo corpo que estava morto de sono e acabado.

Bem, vinha aqui dizer que voltei. Que estava à espera que passasse tudo isto e passou, e aqui estou. Parece mentira, se querem saber. Tenho aliás vontade de subir a uma romãzeira, aconchegar-me num galho forte, à sombra, e ficar a ver as migrações de pássaros, passarem (outro dia estive horas a ver o soalho, com menos interesse, admito, mas também vidrada).

Daqui a pouco virei falar do que agora parece que tem de passar, mas por enquanto ainda não é hora disso.

VW

Imagem de Adriana Molder

4 comentários:

Anónimo disse...

Allô, allô!

ab

mai xinti disse...

Nós estamos sempre aqui à tua espera...sem pressas. bj
MX

Anónimo disse...

Aos amigos não passa a vontade de ajudar com energia positiva, miminhos, conversa de tudo e de nada, cartas de tarot, pois "a friend in need is a friend indeed".
É, por acaso, eu tenho duas romãzeiras, na minha casota da Beira Baixa...

VaginaWolf disse...

:))
Bjs meninas!!!