terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Abetarda do Diabo

Não resisto a transcrever-vos uma receita (nº 2121) que encontrei na minha prenda de Natal, O Livro de Pantagruel. A obra tem 1900 páginas e foi a primeira que encontrei ainda agora, depois de pôr a raposa a dormir. Parece-me muito interessante sob vários pontos de vista. Super prática para quem chega a casa tarde e mmás horas, depois de um dia de trabalho intenso e com uma criança faminta. Já para não falar do risco de sermos visitadas por uma organização de defesa da vida animal. Aqui está ela:

"Abetarda do Diabo – 1
Marinada (ver entrada nº 232)
Court-bouillon, (ver entrada nº 56)
Molho do Diabo, (ver entrada nº 148)
Azeitonas pretas descaroçadas, 100 g
Acompanhamento: batatinhas estufadas, (ver entrada nº 2626-2)"

"Decorridos 4 dias de mortificação, depena-se, esvazia-se, lava-se e enxuga-se a ave [uma nota prévia explica: "a Abetarda, praticamente extinta na maioria dos países da Europa (também conhecida por Batarda) existe miraculosamente entre nós com relativa abundância nas planuras sul-alentejanas. Desconfiadíssima, mal pressente a aproximação do homem bate as asas e dispara em correria até conseguir levantar voo." O livro é fantástico! Uma verdadeira enciclopédia com dicas para caçar e pescar. Tempo e vontade não me faltam! OK, continuando...] "Mergulha-se na marinada e mete-se no frigorífico, dando-lhe voltas de tempos a tempos. Cinco dias depois [só????..], escorre-se e coze-se no court-buillon até ficar tenra, o que leva bastante tempo. Retira-se, trincha-se e dispõem-se os pedaços num prato aquecido em redor das batatinhas em monte, regando-se com o molho do diabo bem quente [não me sinto com forças para ir ver o diabo do molho, mas deve ser mais fácil de apanhar], ao qual se incorporaram no último instante as azeitonas em pedaços".

Acho que preciso de um retiro espiritual para conseguir fazer o meu primeiro prato receitado!

14 comentários:

Isabel Freire disse...

Lindo,
De camuflado, com as criancas e as cacadeiras pelo montado,... acho que seria um dia inesquecivel!
Um filme para oscar da academia!

Isabel Freire disse...

As cacadeiras såo as caçadeiras... estava num teclado americano e só agora descobri a lógica da batata!!!
Ainda não consigo sorrir... falta-me o parêntesis...

Isabel Freire disse...

WW... o cenário medieval não será difícil de reproduzir...

Anónimo disse...

olá MMAS!

Novas desta mma em férias de crianças:
é óptimo não sair do emprego a correr, é óptimo namorar.

O Manel parece já não estar habituado a estes horários liberais e telefona-me a cobrar a ausência sempre que não me apanha em casa.

Incrível situação ontem: o Manel estava cansado e quis ficar em casa. Eu tinha ficado de dar um pulo em casa de um amigo. Tentei convencê-lo a ir, mas ele não quis. O pulo acabou por transformar-se numa sessão de amigalhaços, pq qd lá cheguei estava lá mais malta. Esqueci-me do telemóvel no carro. Qd cheguei tinha SETE chamadas não atendidas. Adivinhem de quem? Quis amuar quando eu cheguei a casa. Não conseguiu. eheheheheheh! ;)

1. não havendo crianças a pressionar com os horários, há marido
2. o marido já se esqueceu de que antes de termos crianças andávamos por aí livremente sem nos chateramos um ao outro. Ou ficou mal habituado ou não pode passar sem mim.
3. Ainda não arranjei as unhas - não posso voltar a usar as crianças como desculpa para coisas que se calhar já não têm a importância que tiveram noutros tempos.

Hoje estou de folga e acordei ao meio-dia... Tão bom... (fora o facto de me terem telefonado do emprego às 10 da manhã com uma coisa que não era urgente)

Anónimo disse...

E novas das crianças em férias:

a minha avó levou-as à missa ("portaram-se muito bem") e ensinou-as a rezar de manhã e à noite ("aprenderam logo, são muito espertas!")

tadinha... não desiste, já vai na terceira tentativa de levar o pessoal à missa: primeiro a minha mãe, depois eu e a minha irmã, agora as minhas filhas... Ela ri-se disto e não desiste!

Isabel Freire disse...

Olá Inês...
Já estávamos preocupadas
: )
Ainda bem que não temos o teu nº de telefone!
eheheheh

Anónimo disse...

:)

Eva Lima disse...

'bora lá caçar abetardas:)
Eu levo o diabo do molho.

Isabel Freire disse...

:):):)
Como é que se pode ter 4 filhos e continuar de bom humor?

Anónimo disse...

São forças da Natureza... e as forças da Natureza, nunca ninguém as venceu!
Tenho uma colega de trabalho que tem 4 filhos (planeados), está sempre bem-disposta, já está a tirar o segundo curso superior, não tem olheiras, nunca se queixa de estar cansada e também não se arma aos cucos por causa disso.
Ela controla aquela malta toda com mão de ferro, muitas vezes por telefone quando está a trabalhar. Já tem 3 adolescentes em casa e a mais pequena para lá caminha.
Sei que tem os mesmos problemas que nós, os domésticos e essas coisas, mas nunca fala disso como sendo problemas. A verdade é que ela encontra sempre solução para tudo. Gosto muito de falar com ela. É, acima, de tudo, uma mulher muito prática. Esperem... é que também é sonhadora! Incrível, mesmo: uma força da natureza.

Uma coisa é certa: ela planifica tudo ao mínimo detalhe e sozinha. Uma das minhas queixas, aliás: que sou eu quem tem que pensar em tudo.

Isabel Freire disse...

Acerca do último parágrafo,... inda agora estava a refilar um cadinho com uma grande amiga. A que propósito é que tenho de planear a revisão do carro, perceber que o depósito está vazio, fazer a lista das compras, lembrar que a consulta no pediatra é para a semana, descongelar o bife para o jantar, dar conta que os toalhetes estão a acabar, dizer que é preciso comprar uma prenda para alguém que faz anos, perceber que estamos a ficar sem dinheiro, bolar um plano rápido para resolver o problema a curto, médio prazo, mudar a água ao peixe, tratar do condomínio,...
Mea culpa! Quem me manda ser otária?
Agora ando a tentar inverter o rumo das coisas, mas,,,
:#

péssima disse...

Raios, já não dá tempo de mandar o homem à caça e preparar o pitéu para a passagem de ano!

péssima disse...

VW, é tudo uma questão genética (bolas, estou muito biológica, hoje).
A questão é que somos, seremos, mas pior que tudo sempre fomos mães, mesmo que inconscientes, dos filhos alheios.

Isabel Freire disse...

:><:
Glup again.