segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Inconsciente cleptomaníaco

Deixei as miúdas a falar sobre piercing, festas Erasmus, enfeites eróticos para as pontas de lápis, psicopatologia geral, a viagem de volta para Itália, e a Sagres que iriam beber no cafezinho da Graça, dali a minutos – são duas italianas, estudantes de Psicologia, uma completamente emotiva na forma de estar no mundo, outra completamente racional. Eu agarrei na pasta, troquei o nome de ambas à despedida, enfiei a borracha no bolso do casaco (o meu inconsciente cleptomaníaco terá pensado, pelo formato semelhante, que era um isqueiro, como todos os outros que trago diariamente sem nome nem morada), e pus-me a caminho de casa, a pé, a pensar que tinha saudades de decidir fazer qualquer coisa assim de repente, como apanhar o barco para o Barreiro e ir comer tremoços numa tasca a cheirar a petróleo.
Foram 25 minutos de caminho a pé. Há pouco tempo não me atreveria a desperdiçar tanto tempo, aliás, provavelmente nem teria essa hipótese. Hoje caminhei um décimo da força que tinha nos músculos, e quando cheguei a casa vinha com um fresco no cérebro. As italianas ainda devem estar a beber Sagres.

9 comentários:

péssima disse...

Ah! Pois eu cleptomaniaquei-me a mim mesma, hoje à tarde. Dou-me a estes pequenos prazeres: um cadernito novo, imaculado, uma pen art de escrita fina, os phones em shuffle e uma esplanada com vista para o rio. Beberiquei o café de dois golos e meio, estreei a pen no bloco com riscos e rabiscos, olhei o longe e deixei-me ficar ali, sem precisar de pensar.
I like it, I like it!

péssima disse...

Mas antes disto estive a trabalhar, sim porque às vezes também o faço... a recrutar uma pré-mma. :)

Anónimo disse...

QUEM SÃO VOCÊS??

Isabel Freire disse...

Good question!!!!

PS: Para mais informações, ler post de 6.11.2005, onde se explica o princípio do princípio.

péssima disse...

Eheheheh, eu digo, eu digo:
Somos umas gajas quaisquer com manias várias e ideias transmissíveis com possibilidade de contágio. Às antes meninas, seguiram-se as cachopas, mulheres, mães e agora Mães-Mulheres, com tudinho o que isso implica. Cansadas da correria rotineira do bons dias intervalados com gu-gus dá-dás, decidimos criar um DTMO (Desanuviar de Tempos Mais que Ocupados) e deliciarmo-nos com pequenos nadas. Assim tipo estar de papo para o ar a falar do tempo que passa depressa. Fazemos brincadeiras pré-primárias como sejam a plasticina, a escrita, o desenho, o teatro, essas coisas que já não fazemos há bué. Simples e divertido, sem grandes compromissos e com a ambição de ser-mos apenas mulheres.

Isabel Freire disse...

Em resumo, nervos à beira de um ataque de mulheres!!!

Aparições sem reserva prévia ou comprovação de estuto de maternidade.

Isabel Freire disse...

WW, bolas! Da próxima vez vê lá se o 'esposo' escolhe melhor dia para aniversariar.

péssima disse...

VW
a escolha é parca, pobre por pobre decidi fazer uma, vê se aprovas a escolha do plástico sobre linho (terá isto alguma mensagem subliminar não assumida?)

Anónimo disse...

Obrigado por Blog intiresny