terça-feira, 18 de abril de 2006

¡ ... !


Desconstrução do primeiro texto artístico do meu piolho, depois da reunião de pais do segundo período da primeira classe:

Eu quando for à escola eu vou embora para ir lá para baixo eu vou fazer um jogos. Eu quando para e para a escola vou fazer os trabalhos.

Já o bicho-das-castanhas prometeu-nos uma acção tipo Sinédrio caso não parássemos de falar baixo e por códigos de forma a que eles não percebessem…

8 comentários:

Isabel Freire disse...

Eu quando for grande vou seu pirata ter um barco com muitos canhões para atirar bombas quando me apetecer borda fora andar com um papagaio ao ombro usar uma espada na liga fazer férias numa fábrica de secagem de bacalhau com vista para terra firme ter muitas pernas de pau como os polvos criar tentáculos no cérebro para não deixar fugir as ideias como enguias e reaprender a ler e escrever as minhas histórias de vida com sete gatos. Ah,... parar de usar vírgulas também!
Ó PSSM, o teu pica-miolos e o teu bicho-das-castanhas são uma dupla muito curiosa. Mantém a tipologia da 'coisa' que ainda te aparecem com um baú em casa!

péssima disse...

Uhm, baú, baú....
Lembro-me que, quando era pequena, havia uns baús enormes na casa dos meus avós paternos. A casa era numa aldeia, no meio do nada, que tinha uma estrada ladeada de casas em granito de dois pisos, a meio tinha um largo da igreja, onde os carros faziam inversão de marcha caso não quisessem ir dar a volta ao largo do cemitério onde terminava a tal estrada.
A casa dos meus avós estava coberta de hera, daquela que só deixa uns espacitos nas janelas. No rés-do-chão havia lojas, uma maior onde estavam umas pipas gigantes (quando vazias, antes das vindimas, escondíamo-nos lá dentro), outra loja tinha esses baús enormes mas que estavam sempre cheios de milho (ou seria trigo?, não sei, não me lembro) e linho outra loja era a do burro e da égua cega (uma vez caí do burro, mas a história fica para outro dia) e ainda uma última onde viviam os porcos.
No andar de cima havia um quartinho, ao lado da cozinha, que hoje me parece minúsculo, mas na altura tinha a dimensão da minha casa inteira, e tinha lá um desses baús (é este que interessa para o caso) onde guardavam queijos e outras coisas. Imagina que nós, os onze primos, conseguíamos enfiar-nos todos lá dentro. Era o nosso barco, o nosso castelo, o carro, o foguetão que nos levaria à lua, o comboio e sei lá eu que mais…
Agora só nos vemos em casamentos e funerais, mas eu continuo com aquele saborzinho de ser a mais atrevida e de os chocar só pelo puro prazer de ver as caras dos senhores advogados e professores universitários a deformarem-se com esgares.
Eheheheh uma parte de mim ficou presa no baú, ainda bem.

Anónimo disse...

... esta primeira redação sempre é mais real e sugestiva do que uma certa redação sobre uns ovos estrelados, escalfados e ... de páscoa claro! Parece-me que o piolho tem futuro na literatura.
bjktas para os bichos todos!

P.S. o quarto é mesmo pequenino!

péssima disse...

lagartinha!?
Salamandra com pintas amarelas escondida entre folhas de merujes na eira*, és mesmo tu?


*prima

Anónimo disse...

salamandra??? nunca me tinham chamado nada tao viscoso! mas até gosto da ideia e sempre gostei do amarelo :)

péssima disse...

ahahahahahahah
como é que tu estás miúda?

e as tuas crias?

Quando é o primo que falta casar casa para nos encontrarmos?

Anónimo disse...

pois é! um dos ...inhos ainda falta casar! mas podemos combinar um encontro antes não vá alguem não querer casar, hoje em dia não se pode contar com essas coisas ;)

péssima disse...

Um dos inhos, precisamente.
Não te queixes que tu e a tua irmã foram as únicas que escaparam às inhíces :)
Então combinemos, vou responder àquele teu mail que devia ter respondido e não respondi e que depois já tinha passado tanto tempo que achei que não valia a pena...