terça-feira, 11 de abril de 2006

Códigos descodificados

De visita à casa da minha irmã parámos o carro à porta de uma pastelaria. Daquelas que queremos levar para casa um bolo de cada, e mais um ou outro repetido. Parece um exagero mas não é!
“Embrulhe-me esse folar, por favor” – pediu o Pai à senhora do balcão. E não estamos a falar de um folar qualquer. Este leva açúcar amarelo, canela, erva-doce e é regado com mel. Uma bomba, portanto!
A MMãe ficou no carro, a entreter as criancinhas, que já queriam tirar o cinto. “Não vale a pena! Vai ser rápido!” - Convenci-as.
No dormência do calorzinho da Primavera vêm as perguntas. “O que é que o P foi comprar?!” “Um folar, para levarmos para a casa da tia!”
Dei comigo a pensar que tinha aqui uma boa oportunidade para falar de uma ou duas regras de convivência, do ‘viver em sociedade’ e mais as cortesias.
Mas às três e tal da tarde, depois de um big almoço na serra, com as andorinhas a cantar nas árvores, com aquela brisa tão fina e mais os 25 graus que me adormeciam a alma... É dura, esta 'cena' da educação! “Bolas, faz um esforço” - pensava eu – “Diz-lhe que...”
“Hum, que simpático!” – Interrompeu ele os meus pensamentos.
Fez-se silêncio. Acabou-se a luta interna do "explica/não me apetece", do "vá-lá/não estou aqui''
Obrigado!
Antes do cheiro do folar encher por inteiro o nosso móvel, ainda pensei: “Às vezes complicamos mesmo as coisas!”

8 comentários:

Isabel Freire disse...

Essa resposta inteligente é o resultado de muitas vezes em que sem apetecer explicar, explicaste!
Ninguém dá nada a ninguém, dizem os economistas! Paradoxal, afinal. E a educação é a contradição/execpção à regra.
:)
Por que raio é que nos vens contar esses almoços na serra com passarinhos e frisa do campo, PTFN? Isso é um folar amargo, para quem vista esta casa e vive neste campo urbano ruidoso e desarejado, à espera de um fim-de-semana verde e azul!
Bjs grandes
VW

putafina disse...

A ideia é abrir uma janela para um mundo que na maioria das vezes esquecemos que existe! E, às vezes, não está assim tão longe. Digamos que isto possa ser um aviso: O azul e o verde estão à vossa espera! Hummm... não sentem a brisa a fazer-vos festas?!

Anónimo disse...

é verdade..os putos as vezes surpreende-nos!é essa a magia de ser mae...só nesses momentos é que se ve que não é so aturar os gritos e as birrinhas de sono!
Adorei a descrição do almoço e do ambiente circundante...é pena eu estar aki nesta selva com o nome de Lisboa, que de ar puro não tem nada mas... Nao vamos ser invejos, vaginawoolf! Apenas é só um impulso para o sonho ou entao uma boa razão para pegar no cuzinho e sair de casa rumo ao ar puro!Afinal, não dá a ideia de ser bem melhor que aki?Mudar, sempre para melhor, claro!

péssima disse...

Ó se complicamos!
Eu tenho a mania de complicar o que é muito simples.
Por outro lado simplifico o complicado por achar que nada é verdadeiramente grave e inultrapassável. Feitas as contas estou sempre assim num tipo banho-maria palerma…
Vingo-me em mudanças de casa : )

péssima disse...

Ah! E os bolos, é verdade!!!!
Saí da minha cidade beirã quando os croissants chegaram. Sim, sim. Já foi no século passado no século passado, nos 70’s. Quando cheguei a Lisboa fiquei hospedada num Lar de Freiras por cima de um café/restaurante que tinha os melhores S. Marcos da região.
Na altura apaixonei-me pelos ‘santos’...
Devo-lhes muita da minha massa corporal…
: ) : )

Um destes dias conto-vos as idas do Padre Zezinho ao tal Lar. Os bolos fantásticos que a irmã Miquelina fazia, às escondidas, para nos dar em troca de uma sessão de sueca. O enorme chaveiro de todas as portinholas da cozinha e sala de jantar da irmã Máximina. E ainda das idas à praia em da irmã Albertina. Para além das histórias com freiras um dia conto-vos pormenores sobre uma criatura que acordava às 5 da manhã para desinfectar a casa de banho com lixívia para depois se sentar no chão a estudar…

putafina disse...

Miquelina, Maximina e Albertina parecem-me bons nomes para freiras. Claro que o teu não termina assim, Franquelina, porque isso seria Péssimo.
Bjinhos, PSSM.

Quanto a ti, VW, é como a pharma diz, é mexer o cuzinho.
Pronto, pode ser que tenhas sorte e um dia destes te chegue um destes folares à doce Lx.

péssima disse...

: ) pois é!!!!

A ironia das coincidências...

Isabel Freire disse...

Deixem-me ser invejosa, vá lá, vá lá!
[BIRRA]
bahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
bahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!
Eu quero ir almoçar com a PTFN!
Eu queeeeeero!
Eu queeeeeero ir comer folar na praia da PTFN!!!
[já a espernear, com a vozinha agulha, sem lágrima nenhuma, mas aquela magia que põe os cabelos em pé ao final de 2 minutos. Entretanto o telefone toca, esqueço-me da natureza e termino a birra]
Obrigada mmás
VW

Nota: PSSM essas tuas freiras também deviam ser cá umas mmás!!!