terça-feira, 25 de abril de 2006

Motoserra










É uma casa portuguesa. Uma família com certeza.
Um pai e uma filha que se estimam vigorosamente.
Ele, absolutamente apaixonado pela vida, enloquecido pela magia dos seus braços, abençoado por uma imaginação insana, sonha o sonho da filha, mesmo que isso implique vê-la morrer numa arena.
Ela, tímida que nem esquilo, tão brava quanto serena, sabe desde os 9 anos que gosta de bestas e tem queda para triunfos.
Toureiam e treinam os dois, numa quinta sem brasão, todos os dias.
Um Blow Up pouco luso, um episódio que me fez sair renovada daquelas terras lavadas em lágrimas de gargalhadas.
Foda-se!
Também gostava que um dia o meu 'marido' cortasse uma carrinha ao meio com motoserra, e em 3 horas a transformasse num veículo pouco ortodoxo para transportar a minha miúda e dois cavalos, atrasados para uma tourada algures.
Que dois!!!
Isto é melhor que uma lamparina mágica, um génio e três desejos.
Queridas MMÁs, tudo é possível. Vamos lá a ligar a máquina! Vrummmmmmmm!!!

3 comentários:

Caiê disse...

Não gosto de touradas. Já sei que agora "é moda" NÃO dizer isto outra vez, mas eu nunca gostei. Demasiado sofrimento gratuito para um animal (ou muitos mais), só para que uma multidão possa ter um bocado de gozo. Para mais, faz-me confusão isso do sofrimento alheio dar gozo, mas isso já é para lá do meu entendimento.

Mimi disse...

idem aspas aspas.

Isabel Freire disse...

MM e Caiê, eu compreendo e partilho a recusa das touradas e de todas as actividades que promovam sofrimento a alguém pensante ou não, nomeadamente a forma como os bichos são criados, transportados e abatidos. Para ser sincera, acho que esta última me choca ainda mais, apesar de o elemento lúdico não estar presente. Durante 3 anos não comi carne, nem consegui entrar num talho, porque o cheiro me provocava naúseas. Hoje voltámos a 'canibalizar' cá em casa. O meu companheiro tinha comido 5 vezes peixe na vida, antes de chegar a Portugal, e não sei se eu teria convicção suficiente para prosseguir com a minha filha um regime que a mim me fazia bem.
A história da relação desta miúda com o seu pai, independentemente da arena, é para mim uma prova de força, convicção, e afecto muito espcial. Gostei muito de estar com os dois naquela quinta, WW. E quando saí da adega onde os ouvi relembrar episódios de motoserras e não só, encontrei o toiro a pastar ao lado do meu carro. Foi um susto daqueles. O animal olhou para mim, e eu devo ter ficado ainda mais pálida do que já sou. Pedi um socorro assim baixinho ao meu santo protector e saltei para dentro do carro em voo.