segunda-feira, 9 de janeiro de 2006

Entrevistas a Mulheres: Estudo sobre Sexualidade Feminina

Jornalista procura mulheres entre os 15 e os 50 anos (Lisboa, Porto, Coimbra, Évora e Faro), dispostas a falar sobre a sua sexualidade. As entrevistas são presenciais, os testemunhos deverão ser reproduzidos, sob compromisso de anonimato absoluto, num livro com data de publicação prevista para o primeiro trimestre de 2oo7.
Pretende-se um retrato abrangente de orientações, práticas, fantasias, elementos que permitam conhecer melhor a relação da mulher portuguesa com o corpo, o desejo, o prazer.
Não é necessário ter uma vida sexual muito activa para responder ao questionário, Importa sobretudo que as entrevistadas estejam disponíveis para falar sobre sexualidade de forma sincera e sem receios.

Se estiver disponível para ser entrevistada, contacte para mais informações:
sexualidadefeminina@gmail.com


Ora aqui está um apelo que as MMÁs recomendam com conhecimento de causa!

7 comentários:

péssima disse...

O despojamento total como cura dos males.
Eu acredito que é a falar das coisas que se descobre a origem, quase sempre simples, das dificuldades que temos, falo por mim, pelo menos, em admitirmo-nos como mulheres sexuais. Um trabalho difícil, o da jornalista, tanto como o de falar abertamente mesmo sob o anonimato. Um belo desafio, sim senhora. Vou inscrever-me e divulgar.
Obrigada à jornalista pela coragem.

Anónimo disse...

mmmm... depende da jornalista... quem é?

entretanto , o estranho caso do livro beato e indecente:

este fim-de-semana veio parar-me às mãos um livrinho publicado por cá em 1957 - Já és uma Mulherzinha, de uma tal Klemens Tilmann, traduzido para português por uma tal de Maria da Purificação (assim mesmo, sem apelido nem nada).
É um guia beato para a "iniciação dos adolescentes nos mistério da vida". Ficamos a saber que tudo, incluindo o sexo, é obra e graça de deus nosso senhor e lá está a o exemplo do pólen, das flores e das abelhas.

Deixo-vos alguns excertos:
SOBRE A DIFERENÇA ENTRE AS FREIRAS E AS MULHERES SOLTEIRAS - "nada têm de comum com aquelas pobres solteironas que se tornam azedas para com toda a gente e acabam por se afeiçoar a um cãozinho ou a um papagaio... Uma freira não é um ente ressequido, nem é metade de uma mulher: a sua vida, pelo contrário, é particularmente bela e fecunda."

SOBRE AS MÁS COMPANHIAS- "É possível que um dia apareça na sala de aula alguma brochura indecente, que ande de mão em mão. Que hás-de tu fazer? (...) Procura as raparigas bem comportadas a fim de formarem juntas um grupo, resolvido a conservar-se puro [comentário: assim tipo mmas?]. (...) Ataca as que arrastam as outras para o mal. (...) Dize-lhes que deveriam ter vergonha de andar assim a espalhar lama e veneno. Se isso não bastar, procura a professora ou os pais dessas raparigas. (...) Se te vierem parar às mãos brochuras pornográficas, rasga-as, sem as ler, e deita-as ao lume. E não dês nem um centavo de indemnização seja a quem for!

Enfim… o livro ensina que “o acto por meio do qual se propaga a vida humana chama-se procariação e, quando realizado dentro do matrimónio, é um acto sagrado, que infunde respeito”. Isto sem nunca explicar como é que é, ou pode ser, o acto…

Este foi o livro que a minha avó deu à minha mãe adolescente. Tem um capítulo que explica porque é que se deve perguntar tudo à mãe, só à mãe, e principalmente NUNCA às amigas, caso se tenha ficado com alguma dúvida depois de ler o livro. Um livro indecente, dado por boas mães de família a meninas bem comportadas.

Santa mãe a minha, que me deu livros - esses sim - decentes e me respondeu às perguntas todas...

Anónimo disse...

então meninas? ninguém sabe o nome da jornalista? era importante saber...
a ala masculina está ali a pressionar-me. vou ter que ir tertuliar para outra freguesia. Até amanhã!

Isabel Freire disse...

Inês,… quem tem boca vai a Roma! Eu acho que não é ‘uma fatia de bolo’ falar sobre a sexualidade na primeira pessoa, mas se calhar não faz mal a ninguém experimentar. Há sempre uma primeira vez…
I’ll give it a try! Espero que não me faça perguntas difíceis do tipo… quando foi a última vez que teve sexo? : ) ehehehe isto seria o politicamente correcto para uma obra tão inovadora como a que citaste acima. Sexo só para procriar! Que relíquia! Quão refinada! Olha que é bibliografia essencial para quem queira falar sobre sexualidade [em Portugal e não só], pelo menos percebe as raízes.

Anónimo disse...

Bom dia!
pois... por isso pergunto quem é! Eu não me importo nada, mesmo nada, de falar sobre sexo. Falo sobre sexo como quem fala sobre o estado do tempo, resultado de uma educação que agora sei que foi boa.
E acho que o trabalho pode ser bom, se for feito pela pessoa certa. Já fui jornalista (e continuo no meio) e conheço os perigos de falar com a pessoa errada. Uma boa ideia pode resultar num trabalho de merda. Outra questão: há editores pelo meio (os mais perigosos, que às vezes estraçalham bons textos)?

Isabel Freire disse...

Não sei pormenores... fala para o mail! Ela vai explicar-te a coisa.
Sobre isso de falar com a pessoa certa ou errada,... bem,... eu acho que ficas em boas mãos.
: )

Anónimo disse...

WW:
nunca fiz tanto jornalismo como desde que deixei de ser jornalista. Adeus artigos de agenda, adeus conferências de imprensa, adeus lusa, adeus carteira profissional, olá informação e ideias em livre circulação. o sindicato e caixa é que continuam a ser os mesmos ;)