sábado, 28 de janeiro de 2006

Meeting

Outro dia dizia uma mulher francesa, mãe de três filhos, e residente em Portugal há quase uma década, que um dos problemas deste país era o facto de os cargos determinantes para a mudança e evolução serem de nomeação política. Defendia que a única forma de se poder dar a volta a um handicap como este era ter uma sociedade atenta, reivindicativa, interventiva, e com capacidade de se associar. Sem pretender mudar o mundo, somos um exemplo de como se pode pretender mudar nem que sejam apenas duas tardes do mês, de como se pode pretender dizer alguma coisa específica de um universo chamado maternidade, de como se pode juntar desconhecidas numa sala, em prol de muito pouco e muito mais do que isso.
As mmás não são uma casa maçónica, um grémio elitista, um grupo de velhas amigas com interesses comuns. Não há homogeneidade (o que consideramos uma mais-valia), não há snobismo (nem poderia havê-lo), não há princípios definidos (estamos exaustas de normas no trabalho, na família, no lazer, até no vício), não há obrigações de espécie ou género (queremos libertar-nos delas, por um bocadinho).
Este Blog é uma plataforma de comunicação livre à procura de identidade, e os encontros quinzenais na Casa dos Dias da Água idem. De ambos não virá bem ao mundo, mas algum feedback e partilha entre mmás que acreditam que não está tudo formatado e definido nas suas cabeças, no seu quotiidiano, nas suas relações sociais, em resumo, nas suas portas de abertura ao desconhecido em si e no outro.

2 comentários:

Anónimo disse...

O meu despertador tocou hoje às 5h45. Estou a trabalhar desde as 6h30. As minhas criancinhas ontem conseguiram chatear-me. Estou cheia de sono e muito cansada. Os bibes estão dentro da máquina de lavar. Não posso esquecer-me de os pôr a secar.

Isabel Freire disse...

Curiosamente também acordei ontem às 5h45 (nem de propósito), mas porque a raposa achou que era uma hora razoável. Foi um dia duro, com crises conjugais, pessoais, e até a primeira discussão entre mim e a minha filha: "tu és teimosa!". "Não, tu é que és teimosa, sai de casa mãe". Bem estive qusse para fazê-lo. Embrulhar a escova de dentes num pano de loiça axadrezado e pendurá-lo num rabo de vassoura. Segundos depois caí na realidade e concluí que éramos as duas teimosas. Tenho a impressão que não pegou. Ainda bem que me lembraste do bibe! Vou acrescentar ao saco com a mordaça e o imobilizador .... : )