quarta-feira, 17 de maio de 2006

Bomba relógio

Pela primeira vez peço desculpa, porque tenho que voltar à carga e imagino que isto seja cansativo. É que estou a entrar em parafuso e gostava mesmo de tentar perceber porquê. Podem sempre ignorar-me.
Na verdade, bem vistas as coisas, nada mudou de realmente importante na minha vida para que me encontre neste estado de absoluto pessimismo. A única coisa que mudou foi a minha visão das coisas. No future, no future.
De repente deu-me para embirrar com tudo. Agora até o emprego me chateia. Neste exacto momento em que escrevo, odeio o meu emprego. É que, para piorar a situação, acabei de saber que os senhores que andam de BMW e se abastecem nas lojas gourmet vão voltar a aumentar-me o horário de trabalho e não me apetece mesmo nada pensar como é que vou resolver mais este problema. Matematicamente falando, é agora impossível ir buscar as miúdas a tempo e horas. Apetece-me pôr bombas por todo o lado. Podiam ter sido simpáticos e ter feito isto numa altura em que eu estivesse melhorzinha da cabeça. Sinto-me frágil - é esse, afinal o único problema. Uma mulher forte safa-se sempre. Estou farta desta cidade e com vontade de mudar de vida.

10 comentários:

Cristina disse...

Dizes que (tirando essa história do horário de trabalho) nada de relevante aconteceu para te sentires em baixo...
Não será esse o problema? Não estás a precisar de férias? De viver uma paixão? De te dedicares a uma causa nobre? De dar uma reviravolta qualquer na tua vida?
Digo eu... Não sei!

Mimi disse...

Sim, acho que preciso mesmo disso tudo. E de colo. E de receber em vez de dar.

péssima disse...

Eu, quando recaída costumo ficar muito quietinha, muito caladinha, muito invisível. Nestes estados descobri que culpava as coisas erradas: os pais, os irmãos, os amigos, os filhos, o marido, a vida e sei lá eu quem mais inventava para culpar, até que percebi que nem nada é tão difícil, nem tão inultrapassável, quanto parece à primeira vista e que os erros são meus, daí só eu sou a mim me posso culpar. Quero dizer NÃO culpada, nem eu nem quem culpo. As coisas vão acontecendo de determinada maneira e a nós (tanto mulheres como homens) cabe-nos perceber, intuir, aceitar ou repudiar. Quando não as aceitamos a primeira reacção é de revolta, quando não as percebemos angustiamos, quando as intuímos odiamos.
Hoje em dia vou aceitando com mais simplicidade o que cada dia me dá. Desfruto o bom e desmistifico o mau reduzindo-o a um amanhã percebo isto de forma mais positiva. Não antecipo resoluções de problemas, não conseguiria dormir tranquila se o fizesse. Aceito as razões dos outros, se as contrario é por defesa das minhas próprias razões e no resultado da exposição de ambas há sempre um caminho a meio termo mais ou menos sensato. Nunca me preocupo verdadeiramente mas também nunca deixo de estar atenta.
Neste percurso, já com uns 5 anos mais ou menos, fiquei mais insensível, é verdade, mas protegi-me, afinal é disso que se trata, estarmos defendidas de tudo e de todos. O contra disto é que nada me deslumbra. Faço o que tenho de fazer para sobreviver, quer goste quer odeie.

Caiê disse...

Ok, estás em baixo. As soluções milagrosas e fílmicas - um amor arrebatador, ires salvar as criancinhas do Rwanda, etc - não me parecem ser soluções sequer. Isto porque quando estamos mal, regra geral, estamos é mal connosco e não com o que nos rodeia . Essa costuma ser a última e derradeira causa, o dedo na ferida. Como diz a Péssima, a nossa tendência é para culpar os outros - sem dúvida, muito mais fácil - mas afinal a nossa vidinha fomos nós que a construímos, em última análise, e vamo-la fazendo todos os dias.
A parte boa que isto tem é que podemos sempre mudar o curso dela, da vida.
Julgo, porém, que o primeiro passo é fazermos as pazes connosco - eu, pelo menos, quando estou em baixo, descubro sempre que estou muito zangada, frustrada e agoniada COMIGO. Depois de fazer as pazes comigo, posso então mudar o que me apetecer.
Claro que todos temos condicionalismos na vida! Não posso arranjar um emprego que me pague montes de $$$ e nem tenho a família perfeita. WOW! E depois? Vou ficar a engonhar e a lamentar-me por isso?
A força interior nã dá confiança a coisinhas assim mínimas... ;) ;)

Célia disse...

Põe-me o braço no ombro
Eu preciso de alguém
Dou-me com toda a gente
Não me dou a ninguém
Frágil
Sinto-me frágil

Faz-me um sinal qualquer
Se me vires falar demais
Eu às vezes embarco
Em conversas banais
Frágil
Sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil

Está a saber-me mal
Este Whisky de malte
Adorava estar "in"
Mas estou-me a sentir "out"
Frágil
Sinto-me frágil

Acompanha-me a casa
Já não aguento mais
Deposita na cama
Os meus restos mortais
Frágil
Sinto-me frágil

Frágil
Esta noite estou tão frágil
Frágil
Já nem consigo ser ágil

Agilidade, nem mais!
No fundo tudo se resume a agilidade, fisica e mental claro está!
Estando eu própria neste estado não me vou alongar (mais)!
Beijos

mai xinti disse...

olha mimi,
não kero nem posso dar conselhos pq já lá estive e não resolvi nada...mas vou de bom grado beber uns copos contigo para aliviar a tensão. When?

Isabel Freire disse...

Eu proponho um retiro de um fim-de-semana, pode ser numa casa de campo dos meus pais. Sem maridos nem filhos. O que dizem?
A 1ª RETIRADA ESTRATÉGICA MMÁS aberta à comunidade (há 12 camas e muitos metros quadrados de chão livre, já para não falar do ar livre).
Bjs
VW

Anónimo disse...

Coragem, há mta gente que gostava de estar c/ o teu problema.
Se ficasses sem trabalho era pior.
Aproveita a vontade que dizes ter de mudar de vida e, MUDA.
Coragem.

Mimi disse...

Meninas:
venha aqui um bocado à pressa, mas quero dizer que amei os vossos comentários todos - da música do Palma aos convites, passando pela partilha, conselhos e não conselhos. Não estou sozinha!

VW: essa ideia parece-me óptima. temos mesmo que combinar isso

Episódio matinal - ontem como trabalhei de noite, hoje era o M que ia levar as miúdas à escola. Avisei que havia passeio, que tinham que ir de ténis e de calças, chapéus e essas merdas e, claro, parece-me óbvio que tinham que chegar a horas. Claro que hoje acordo com um telefonema da directora da escola a perguntar se as miúdas não iam. Bem, no impulso digo que sim, que estão quase prontas, dou um pulo da cama e vejo que elas ainda estão a dormir profundamente. Acordo-as tipo tropa e procuro o M, que toma a sua banhoca calmamente. Apresso-o e digo porquê e claro que a resposta é "ai era hoje?". O gajo não ouve um boi do que eu lhe digo, é inacreditável! Despacho as miúdas num ápice enquanto ele toma a porra do banho. Depois de uma correria infernal e de 4 telefonemas da directora e do meu "estamos a chegar", lá conseguimos enfiar as criaturas no autocarro que entretanto lá parou viagem numa qualquer paragem de autocarro no meio da cidade para esperar por elas...

Dá-me ideia que depois deste episódio isto ou vai ou racha. Mas tb já nhão digo nada. Acham que ele se toca ou fui eu que expliquei mal outra vez? Sabem qual é o stress disto tudo? É que eu nunca posso dormir propriamente descansada, sabendo que uma qualquer tarefa ficou bem entregue...

VW: insisto que essa ideia do fds no campo com 12 camas disponíveis me parece absolutamente celestial. Levo bebidas e afins.

Anónimo disse...

Boa Tarde,
Na sequência de uma pesquisa na internet, encontrei vários blogues que faziam referência a uma temática que estamos a preparar para o próximo programa de Júlia Pinheiro.
O meu nome é Catarina Morazzo e sou jornalista do programa "Tardes da Júlia", da TVI.
No próximo dia 12 de Maio (2ª Feira), o tema do programa relaciona-se com histórias de quem "detesta a sua profissão". De acordo com a temática, procuro 4 testemunhos variados, experiências distintas de quem, efectivamente, não trabalha por gosto: casos de pessoas que trabalham em áreas distintas à qual se formaram; insatisfação salarial; instabilidade emocional; mau relacionamento com colegas, etc..
Todos os testemunhos e motivos que levam à insatisfação no trabalho são para nós válidos e merecedores da nossa atenção. O programa será emitido em directo no próximo dia 12 de Maio de 2008, 2ª feira. Tema: "Detesto a minha profissão".
Junto deixo todos os meus contactos para melhores esclarecimentos sobre o programa, esperando receber uma resposta da sua parte, o mais breve possível.
Sem outro assunto e com os meus melhores cumprimentos,
Catarina Morazzo (Jornalista)
Skylight - Novas Produções e Espectáculos
21 - 4401065 (Tardes da Júlia - redacção)
catarinamorazzo@gmail.com

Informação Programa:

A Skylight/NPE está neste momento a produzir o programa diário "As Tardes da Júlia", com 3 horas de emissão em directo (14h/17H), nas tardes da TVI, semelhante ao programa de sucesso "Oprah Winfrey Show", cuja ideia central é contar histórias de vida de pessoas anónimas e famosas, passando sempre uma mensagem positiva, dando a conhecer a vida no seu melhor. A cara deste novo projecto, que constitui uma das grandes apostas do canal para o seu horário da tarde, é Júlia Pinheiro.