As ‘mmás’ são um espaço e um tempo para experimentação não isolada. Uma forma de sair do armário da maternidade, com liberdade para que mães, mulheres anónimas, se exponham, se interiorizem, se lembrem, se banalizem, se encontrem, se distanciem, se analisem, se ilibem ou o que bem entenderem.
domingo, 28 de maio de 2006
Memórias de Infância
Cresci entre o vermelho e o encarnado
Valeu-me a pantera cor-de-rosa quando ao Granja lhe faltavam os desenhos animados soviéticos
Drama! Horror! Como sobreviver num país sem chapéus?
Leva chapéu e ainda se ri, a grande porca fascista!
Oh Vicente olha mais uma geração rasca!
E as extraordinárias histórias infantis que agora releio com espanto?
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Cresci entre o vermelho e o encarnado. Entre o PREC e a era yuppie. Entre as manifestações barulhentas na avenida e as paredes sem ruído da escola de freiras. Entre a nuvem de fumo revolucionário da casa materna e o bife do lombo com pimenta moída na altura da casa paterna. Bardamerda, claro, é uma das minhas palavras preferidas.
Raispartam a era do politicamente correcto e que bem me soube este regresso ao passado.
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4 comentários:
Bardamerda! Apoio.
Lembro-me de crescer a ouvir as músicas do Zeca tocadas e cantadas pelo meu irmão barbudo e cabeludo e os vinis de Mozart e outras gravações da Deutsche Grammophon,
sem nunca ter tido verdadeira consciência do que se passava à minha volta. Ainda hoje tenho a sensação de viver em paralelo com algo que não alcanço, como que se vivesse sobre o efeito de um qualquer reflexo de espelho.
Muito agradecido pelo destaque
Obrigado
É isso mesmo, pssm - só agora começo realmente a perceber o que se passava à minha volta. Ou seja, a ligar as sensações e episódios que lentamente me vão voltando à memória às lições da nossa história recente. Autocolantes como estes, que também havia aos molhos lá por casa, ajudam ao exercício. E a maternidade foi buscar cada memória mais bizarra...
Obrigada eu papo-seco!
ois com tanta riqueza de meorias gostava de deixar um convite e partilharem memorias. O projecto esta online em www.mimeu.com e pretende ser um arquivo colectivo e colaborativo de memorias de infancia.
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