domingo, 5 de março de 2006

banho-maria

Se colocares um sapo dentro de uma panela com água fria e acenderes o lume, ele acaba por morrer a ferver sem ter dado conta.

É o que acontece às mães.
Os filhos têm a capacidade de nos aquecerem de forma indolor. Por serem eles, sangue do nosso sangue, saídos à pressão das nossas entranhas, ajustamo-nos como acrobatas e ficamos tempos enfiadas num cubo de acrílico com 60 centímetros de aresta, com água em lume brando, sem deixarmos de estar apaixonadas por aquelas criaturas. É a natureza deles. É a nossa natureza.
Se não saímos do cubo atempadamente podemos arrebentá-lo sem controlo. Pior que isso, os nossos filhos podem fixar a ideia que nós existimos apenas enquanto cubo, não aceitando que, para além de mães deles, somos seres individuais com vontades próprias, com necessidades mentais e físicas nas quais eles não estão incluídos.
Quando são mais crescidos é relativamente fácil usar termos comparativos: se não queres que participe nas conversas com os teus colegas de escola, se não queres que te trate como filho lindo cuchi-cuchi à saída da escola, deves perceber que eu quero sair sem família, sem filhos, sem cadilhos.
Mas se são pequenos? Como se pode explicar a uma criança pequena que precisamos de nós como elemento individual para podermos ser depois, ou antes ou durante, elemento materno? Como se pode entornar a panela?
Não podemos. Não sozinhas. Não conscientemente. Nem sequer podemos pedir ajuda porque estamos mornas, estamos naquele momento em que a água se agita.
Está em quem nos rodeia apagar o lume. Seja com companhia, com conversa, com mão, com riso, com sugestões, com comparações, com palavras, com partilha, com qualquer-coisa-que-não-me-surge-agora. A maior parte das vezes não é preciso muito mais que isto para termos força para enfrentar as crianças, para lhes fazermos sentir que elas não são a causa nem a consequência do nós como elemento individual.
A vida é. Simples, complicada, confusa, difícil, alegre, boa, má, o que for. Apenas é. E é façamos, decidamos, nós o que fizermos. Não adianta querermos vidas diferentes, querermos que o tempo passe mais depressa, ou que quem nos rodeia seja diferente, ou até querermos não ser como somos.
Mas adianta aceitar, principalmente quando a confusão se instala. A simples partilha do problema, mesmo que por portas travessas, ajuda a colocar a situação que se vive no lugar dela. Adianta não ter pudores nas incapacidades de gestão do nós. Adianta gritar, mesmo que choque quem ouça. Adianta ser-se, sem manias de super-qualquer-coisa. Adianta assumir que somos frágeis, que podemos quebrar, que podemos afogar-nos.

Quase nunca temos consciência que precisamos de ser pescadas com um coador. Um coador que permita escoar os líquidos, que nos cozem, e reter a essência do que fomos, do que nos tornámos, do que seremos, do que temos ideia de ser mesmo que não o sejamos.

Este é um dos meus conceitos mmas.
Coadoras de tudo e de nada.

Não me importam os sucos, mas a massa que fica se ajustável à vontade do que cada uma quer, de si para si.

24 comentários:

Caiê disse...

O teu texto fez-me pensar numa menina a quem a mãe, quando ela era pequenina, dizia sempre assim coisas como dizes aí... E mais acrescentava:
- Mas deixa-me respirar, rapariga, que és uma lapa!
(sempre que ela se punha aos beijinhos)
Quando a menina cresceu e teve namorados, pensou:
- Lembra-te, Luisinha, as pessoas detestam lapas... Nada de muitos amassos.
Pois, depressa descobriu que toda a gente adorava "lapas"... Descobriu foi tarde. A Luisinha está sozinha e detesta a mamã com muita força. Nunca a vai ver ao Lar.
FIM

Mimi disse...

Também fiquei a pensar no assunto, Péssima... Bolas!

Caiê: essa senhora (ler senhóra) podia ser a minha avó açoreana. mas nunca a odiei. achava-a bizarra e um tanto ou quanto fria, mas dado que tinha outra avó (que ainda tenho) que me sufocava com intermináveis amassos e beijos, era um certo alívio não ter outra a disputar a minha presença. os antepassados marcam, é verdade. mas nós também temos uma palavra a dizer.
E depois há os casos das mães, ou avós - tanto faz - que querem a todo custo evitar que os filhos passem pelo mesmo que passaram. E isso só faz com que passem por outras situações igualmente dolorosas.
O melhor será dar-lhes pistas para a vida e tentar convencê-los a ser honestos para dentro, consigo próprios. Que façam os teatros que quiserem para fora. Mas que aprendam a olhar para quem são e que aprendam a viver com isso.

Fala Sérgio (Godinho): PODE ALGUÉM SER QUEM NÂO É?

péssima disse...

Caiê, longe de mim dispensar as chapadinhas, abracinhos, beijinhos e todos os inhos. Os meus filhos são uns beijoqueiros, e eu também. Na realidade eu acho que o beijo é daquelas coisas sublimes que a vida tem para nos dar, sejam eles como forem, mesmo os não concretizados.
Eu estou sempre a chamar chatos, lapas e essas coisas que parecem horríveis aos meus filhos, mas não é por isso que eles deixam de ser como são. Não é por isso que eles deixam de andar pendurados em mim, nem é por isso que eu deixo de lhes dar beijos a qualquer hora, em qualquer lugar (evito a saída da escola do mais velho por questões de 'privacidade', como ele diz). A questão está na intenção, não no, e como, que se diz.
Mas a mensagem que eu queria passar é a da consciencialização do nosso próprio espaço. Os filhos existem, eu pelo menos não posso viver sem eles (apenas não consigo conceber essa ideia) mas eu também. E da mesma forma que nós precisamos de um berro para acordar, eles também precisam. Da mesma forma que precisamos de respeito, eles também. Da mesma forma que eles precisam ser encaminhados, orientados, ensinados, nós também, durante toda a nossa existência. Por vezes esquecemo-nos que ainda estamos a aprender, e encaramos o que acontece como fatalidade e não como ensinamento. É só isso.
:)


Fala péssima: eu não quero ser diferente do que sou!

tess disse...

Lembro-me eu, treze anos e três filhos atrás, detestava grandes amassos, grandes beijos - muito mais os lambuzados - até me faltava o ar... logo o primeiro filhote saiu-me um pote de mel que se derretia em mimos em cima de mim... claro que hoje os beijos à porta da escola são uma belíssima ameaça e se eu o quero melar já só em cima de um banquinho que ele é maior que eu, mas tenho as duas mais portáteis que se seguiram para poder beijocar e que não me largam da mão...
O que não impede que continue a detestar grandes beijos e amassos - continua a faltar-me o ar- aquele metro à minha volta é o meu espaço - para toda a gente menos eles - e eles já me conhecem quando eu começo a olhar para eles meio de lado porque encalho em todos ao mesmo tempo, acho que até rosno e eles raspam-se dali - pelo menos por uns minutinhos...
Para sermos mães basta dar-mos à luz. Para sermos boas mães, no que de tão subjectivo é esse conceito, não basta dar À luz. Temos que ser boas pessoas, antes e para além de sermos boas mães. E temos que ser, absoluta e indespensávelmente, si ne quoi non (escreve-se assim ??) felizes.
Tem lógica alguém infeliz criar alguém feliz ?
(grande comentário... dava um post ;) )

Isabel Freire disse...

Lembro-me de falar uma vez com uma psicóloga sobre a questão dos toques, dos beijos e dos abraços. Dizia que um dos problemas na velhice era a ausência de contacto físico. Que muito boas mulheres e homens cheios de pele enrugada precisavam desses mimos e que havia um pudor qualquer em beijocar um corpo flácido. Sempre abracei os meus avós. Sempre beijiquei a minha filha. Sempre gostei de ser acariciada. Mas claro, tudo isto, como o resto, está sujeito a cada cabeça e sentença. Ainda bem que é assim.

Isabel Freire disse...

Olá Tess... please to read you!

Mimi disse...

olá meninas! já cá passo com mais calma, que tenho que trabalhar... grrrrr... só pra dizer que a minha avó só me largou a bochecha quando foi bisavó. o que eu tive que lhe fugir do colo e as birras que ela fazia por eu já não querer beijos e mais beijos! E que boa recordação tenho eu do cheiro da minha avó e do colar de pérolas (que sabia ao perfume dela) que mordisquei até rebentar.
Eu sou uma mãe muito mimimimalha, mas juro que as largo quando elas não quiserem mais mimimiminhos. Juro!
Até logo!

(as miúdas adoraram o Bambi 2)

Caiê disse...

Pois, uma pessoa quando é adulta racionaliza certas coisas muito bem. Quando é puto, não. Quando somos adultos, até conseguimos perceber porque fizemos tantas asneiradas em putos... Os putos, porém, não conseguem perceber porque raio os adultos se comportam como se comportam. É que eles ainda não chegaram lá, não `têm entendimento para tal. Isso da noção de espaço, do querer ou não aconchego são coisas que nos chegam mais tarde. Os putos querem ou não. O puto está na idade de ser egoísta, porque vê o mundo a preto e branco. Tem esse direito, que depois acaba fatalmente. Oh que chatice... ;)
E não, não sou psicóloga. Graças a D-us! Aliás, sempre me interroguei como tratam os psicólogos a sua prole...

Marts disse...

Obrigado Péssima pela tua generosidade.

péssima disse...

Sabes caiê?!? Eu acho que as crianças são bem mais lúcidas, mais honestas e mais tudo, que nós (ditos adultos). Eu gosto da frontalidade da criança, admiro a capacidade que todas elas têm de ser honestas para com elas, ignorando segundos e terceiros.
Porque raio tem de haver uma razão explicável para um não, ou para um sim?
Eles não precisam de razões, mas nós precisamos, mais que não seja perante nós próprios.
Ao contrário de ti, penso que são os adultos que vêem o mundo a preto e branco com gradações de cinza, as crianças vêem a cores e por isso querem ter o arco-íris sempre à disposição (o tal egoísmo).
Os adultos também querem ou não. Só que se esqueceram de como é simples de o dizer. Esqueceram porque um sim ou um não tem implicações, nos tais segundos e terceiros, e a maior parte das vezes não há pachorra para lidar com as reacções.
Hoje em dia estou menos preocupada com as reacções, e aos meus filhos o devo. Todos os dias me pergunto quem é que aprende com quem.
AH! E até já vejo arco-íris de vez em quando.
: )

Isabel Freire disse...

By the way... ontem a minha filha lançou-me o primeiro 'porquê'.

Isabel Freire disse...

Caiê... sobre como os psicólogos tratam a sua prole, lembrei-me de uma história que se passou há uns anos. Eu devia ter 17 anos, para aí. Fui passar o fim de ano numa discoteca (Zapata) em Lagos - quem por lá passou de certeza que se lembra. Durante anos, o melhor sítio para ouvir música em Portugal, já para não falar do resto (que é inenarrável). Eu estava de bar-tender no primeiro andar, a curtir as mocas e bebedeiras de passagem de ciclo. Havia cromos para todos os gostos e aquele foi provavelmente o meu melhor silvester, como dizem os alemães. Havia um tipo franzino, bonito, frágil, que me contou a história da sua vida, as fantasias mais secretas, enfim, apercebi-me o quão libertador pode ser o alcool, mais do que na altura em que o bebemos nos apercebemos. Nunca me esqueci do seu nome, do dia em que nascera (era o meu), nem do da sua mãe (um dia antes), nem do instrumento qe tocava, nem do facto de fazer psicanálise desde os anos de escola primária (os pais eram os dois psicólogos), nem da incapcidade de ir de férias mais do que 15 dias pois ficava sem almofada psicoterapêutica. Há cerca de 3 anos, estou sentada no metro, olho para a frente e reconheço-o. Ele, obviamente, nem por sombras tem a minha silhueta gravada no inconsciente, pois naquela noite de festa o tipo estava podre. Estive umas 3 paragens a pensar: É ele, é ele, é ele. Sai na Avenida, e eu estive hesitante até ao último segundo do bling de anúncio de fecho de portas. Foi de raspão. Pisguei-me atrás dele, colei-me ao seu regaço e disse: És o N., não és? Sabes que sei muita coisa a teu respeito? Atirei-lhe com a data de aniversário da mãe, mais duas ou três coisas e convidei-o para um café, num café da Praça da Alegria.
Well, já não me lembrava desta história há algum tempo.
Gosto dela.

Isabel Freire disse...

uauuuuu WW, essa receita da rã interessa-me bastante. Queremos mais detalhes, quando a varicela passar... I hope rapidamente.
Bjs à portadora do vírus e à mmother.

Mimi disse...

Estás feita, VW. Eu já respondo "porque sim" com a variante, "eh pá que chata!", isto quando não finjo que não ouvi a pergunta.

O meu pai costumava responder-me umas coisas muito idiotas, assim tipo pai do calvin.

Nunca mais me esqueço daquela vez que apontei para o radar do aeroporto e lhe perguntei o que era aquilo. Respondeu-me que era uma aparelho inventado pelos americanos para comer os aviões dos russos...

Quando a pergunta é muito parva, eu também respondo uma coisa muito parva. Elas já se habituaram a pensar um bocadinho e a desconfiar de tudo o que lhes digo.

De qualquer forma, é raro dar-lhes a resposta assim de hapa. PREFIRO QUE APRENDAM A PENSAR.

Claro que agora a MB acrescentou aos porquês os silogismos e massacra-me como isso. Do género: se ... é porque ..., não é mimi? Não é Mimi? Não é Mimi? Mimiiiiii!!

(na verdade fico sempre muito orgulhosa com a capacidade de raciocínio da cria, ehehehehe!)

Quanto aos traumas de infância, tenho a certeza de que hão-de calhar alguns às minhas. É normal.

Isabel Freire disse...

MM: Vou experimentar a corrente político-canibalística do teu pai. Afinal acho que a idade da sucção, ou lá o que é, juro que não percebo nada do assunto, mas ouvi dizer há pouco, assim tipo na fila do Lydl, dura até aos 6 anos. Portanto, tudo o que diga respeito à boca, pelo menos fará sentido.
Ops... agora já me está a parecer que até aos 6 era a idade fecal... bom... seja como for, prefiro a pápa à cáca (como raio é que isto se escreve? sendo graves não deveriam ter acento... mas, definitivamente vou mas é trabalhar,...acabo só o raciocínio para não ficar nenhum porquê).
A política ajudará a serenar instintos cognitivos insaciáveis, não há quem consiga chegar às causas, os efeitos são normalmente devastadores!
:)
Vou esperar pela próxima pergunta...
Depois conto como foi!
Bjs
VW

Caiê disse...

Claro que é sempre perigoso generalizar... :)
No entanto, eu tive por vizinha uma psicóloga infantil (bem sabemos como há andares onde se ouve TUDINHO) que eu não gostaria de ter como mãezinha! O filhote passava a vida cheio de nódoas negras...

Quanto ao "ver o mundo a preto e branco", mantenho. Porque creio que os putos são bastante simplistas na sua visão do mundo: ou é bom ou é mau, não há gradações intermédias nem filosofias existenciais. :)

E a história da Luisinha é verídica, embora não pessoal.
Os filhos precisam de mimalhada. Se não, mais tarde, nem sabem dar nem receber.

Isabel Freire disse...

WW, teria poupado 15 euros ou lá o que foi para saber que era positivo.
Na próxima (?!!!!?) procuro um sapal e divirto-me a 'urinar' para cima do bicho. Parece mais interactivo, pelo menos.
:)
Hoje também cheguei à brilhante conclusão: se reencarnar quero ser um saxofone! Obrigada por estas pequenas partilhas.
Ainda volto hoje, juro, estou naqueles dias em que só me apetece subir para cima de sobreiros e cururejar.

Mimi disse...

Toda esta conversa, que começou com o comentário da Caiê, fez-me lembrar que a minha educação sexual foi completíssima, mas a dos afectos muito fraca. Foi mesmo preciso encontrar um gajo persistente e paciente para eu descobrir que duas pessoas podem mesmo gostar uma da outra.

Os meus pais nunca foram de beijos e de abraços. Felizmente os da minha avó chegaram para compensar.

E não é que tanto o meu pai como a minha mãe passavam a vida a fazer-me discursos contra o casamento? Uma desfiava constantemente o rol de queixas da vida a dois, o outro avisava-me que os homens só queriam era camisas passadas e eu e a minha irmã que tivessemos cuidado. Não andavam longe da verdade, mas há mais pelo meio.

Fora o que eu observava: apesar de se terem separado quando eu tinha dois anos, passaram a vida inteira a discutir.
Houve um dia, já o meu pai tinha morrido, e a minha mãe voltou à carga: o teu pai isto, o teu pai aquilo... E eu expliquei-lhe que ele já estava morto e que era escusado continuar a massacrar-me o juízo.

A minha teoria é que quando se separaram ainda gostavam um do outro. É a única explicação possível para terem andado a vida toda a dar tanta importância ao que o outro fazia ou dizia.

Mimi disse...

A verdade é que nunca tive o casamento no meu imaginário, com ou sem cerimónia pomposa. E acho que nem sequer tem nada a ver com o que aturei dos meus pais. Não gosto da estética da coisa, pronto. E também não percebo qual é a utilidade de ir assinar uns papéis ao cartório.

E sim, desconfio que o casamento tem escondida uma maldição qualquer... Para além da óbvia estupidez que é pagar mais impostos de livre e espontânea vontade.

Isabel Freire disse...

Eu assisti a um casamento muito bonito em Berlim, entre um israelita e uma alemã. Ele era meu amigo. Tinhamos ambos saudades das laranjas e quando choveu - porra, só nevava e nevava - saímos a correr para a rua, louquinhos da silva, para ouvir o barulho dos pingos e apanhar uma grande grande molha. A música era israelita (fiquei rendida, pedrada com os acordes), num restaurante árabe pequenino, com o empregado de mesa mais bonito DO MUUUUUNDO! A benção foi numa sinagoga, mas um padre católico alemão tb veio mandar os seus pózinhos mágicos depois do 'colega' de fé consagrar a união. De resto, foram festas de mais ou menos bom gosto, e pronto, that's all folks. O que me irrita sobretudo nesta coisa dos casamentos é quando alguém, apesar de se ter casado à moda convencional, reclamar sempre com aborrecimento por ter sido convidado para um casamento... sim,... agora este verão, ainda por cima não dava jeito nehum e vou gastar uma pipa de massa. Ora façam-me o favor...

péssima disse...

Hum!
Eu conto: casei numa igreja, claro, porque era socialmente obrigatório na minha família. Mas já vivia como o que ainda é hoje meu marido. Comprei o meu vestido numa loja das amoreiras, em saldo, três dias antes do casamento. O padre e o fotógrafo pediram-me por várias vezes para puxar o decote e as alças do vestido para cima. Fiquei com uma bolha no pé. Tive uma discussão do caraças com o já marido assinado e arrependi-me do acto em si. Apareceu toda a gente que convidei, por telefone porque não tive pachorra para fazer os convites, apesar do lugar ser bastante deslocado. Apesar de todos terem ‘adorado’ a comezaina, eu não me lembro de nada. A cama estava cheia de coisas esquisitas (o que implicou uma rapidinha em lugar impróprio). E às duas da manhã estava numa discoteca de Peniche a comer tostas mistas. Soube que o fotógrafo se suicidou passados uns dias, o padre deve ter morrido, a excursão de chineses, que me colocaram em Hollywood por momentos, deve ter tido um acidente aéreo. O que faz de mim uma sobrevivente, quase 18 anos depois.

Isabel Freire disse...

:) :) :)
a PSSM é mais em Los Diablos!

péssima disse...

eheheheh falhei Las Vegas!
Há alturas em que me tinha dado um jeito do caraças.

Mimi disse...

ai meus eu gosto de ir a casamentos (sou muito selectiva e não vou a todos) - desde que não seja o meu. divirto-me sempre muito.

só que um dos melhores casamentos a que fui, com direito a fim-de-semana numa casa brutal de maravilhosa em Tavira... já deu em divórcio. coisas.