domingo, 26 de fevereiro de 2006

Apetecia-me andar às voltas

Se a terra gira sem parar, as pás das ventoinhas rodopiam, as bobinas dos vídeos enrolam e desenrolam, os pratos dançam quando caem no chão, as folhas do calendário rodam, as bolas diabólicas circunferenciam em catetos de hipotenusa, as partículas da água a ferver borbulham, até o pedregulho de Sísifo ganha embalagem na descida e muito mais por esse mundo fora dá voltas e voltas, por que raio não posso eu rebolar como estas senhoras amanhã de manhã?

5 comentários:

Anónimo disse...

E porque não rebolar. às vezes também me apetecia fazer qualquer louca. Isto parece ser giro. Faz-me lembrar quando rebolava nas dunas das praias para onde ia passar férias com os meus pais. Quando chegava cá abaixo não sabia onde estava de tão tonta...
Agora apetecece-me abrir os braços e gritar muito alto, mas ainda não encontrei o sítio certo, sim, porque tem de ser um local sem ninguém por perto, senão poderão pensar que estou louca.

Isabel Freire disse...

mãe galinha,... a loja do cidadão não é uma boa ideia, de certeza!
:)
Uma das coisas melhores que fiz foi dormir nas dunas de algumas praias abençoadas deste país, de saco quente muito quente, cabeça de fora, sem tenda, para passar quatro ou cinco dias praticamente descalça, a cheirar a fogueira de manhã cedo, e com poucos objectos indispensáveis (Bi-qui-niiii, toalha, calças de ganga e casaco). A primeira vez julguei que sentiria falta do banho quente, do cheiro a champô, da sombra da casa. Mas afinal percebi que a graça estava na ausência e logo entranhei. De manhã, a primeira coisa que fazia era enfiar-me no mar. Não havia nada para arrumar. Não havia programa nenhum para cumprir. Só estar ali, ir comer uma sopa ao café de madeira do senhor manuel. As saudades que eu já tinha desta alegre prainha... fogo! Agora é impensável sair de casa sem a casa às costas. Até para um simples fim-de-semana a tralha é inacreditável. Mais um exercício para o curto prazo: além da descompressao, WW, a(s) síntese(s)!

péssima disse...

É bom. Ser-se louca. Estar-se nas tintas para o que julgam. É bom gritar. No outro dia fiz um concurso de grito com o meu filho mais velho. Tenho a certeza que o espaço entre carros que ficou repentinamente à minha volta (estávamos no meio de uma pequena fila) foi consequência dos berros. : )
Esta mania do certinho dá cabo de qualqur uma!

Anónimo disse...

vocês são espectaculares.A verdade é que às vezes sinto uma aperto no peito e sei que um grito podia ajudar. Não tenho é coragem para dar o verdadeiro grito, que seria aos ouvidos de alguem que me atormenta o espirito. Porra! ter que dizer que é ´deixa-me triste.É o meu marido.

Isabel Freire disse...

mãe galinha...
baaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
:)
Já está!
[não é fácil]