segunda-feira, 6 de fevereiro de 2006

Não quero saber!

Tenho andado a pensar no que traz o mal ao mundo. Isto de ser mãe dá que pensar demais no futuro. Foi depois desta cena caricata das caricaturas...Não entendo como há gente que se dá ao trabalho de perder o precioso tempo da vida a chatear ou a embirrar com os outros. Sim, porque para mim trata-se de embirração o que andam a fazer de parte a parte. Presunção e abuso da chamada liberdade de expressão. Tenho andado a fazer o exercício de dizer tudo que que me vem à cabeça, mas parece-me que a minha liberdade de expressão tem de ter o limite da liberdade do outro para que possa continuar a ter direito a ela. Parece-me este um princípio básico da convivência entre seres humanos, principalmente dos falantes, mas infelizmente andam a impingir-nos a democracia errada. Apetece-me dizer-lhes (sim, a eles, aos que "andam por aí" :)): metam-se na vossa vidinha - olhem para dentro de casa e comecem por mudar aí. Para quê panfletos ofensivos? Hoje já ninguém precisa de ser acordado. Estou mesmo farta de notícias e acho que a chamada era mediática acabou com este episódio. Não quero saber - ando numa fase de macaquinho: não falo, não ouço e não vejo nada para além do que me pode fazer a vida melhor e trazer-me felicidade. É uma espécie de autocensura visceral que tento praticar para que os preciosos minutos que tenho para gozar sem trabalhar (não se leia sem fazer nada) não os gaste a pensar em como posso ou não mudar o mundo. É que apeticia-me mesmo mudá-lo, dizer que quando o meu bébé crescer tudo será diferente, mas para isso acho que devo militar esta coisa da introspecção caseira que as mmás têm dado a conhecer, uma espécie de revolução a nível de microcosmos. Tenho por isso dedicado o tempo a cantar, tocar, conversar sobre gastronomia (vcs sabem lá...o Francis é gastrónomo tbm), pintar e jogar com o filhote e seu pai. A informação exterior chega-nos com dias de atraso mas acredito que cá dentro estou a reconstruir um mundo cheio de alegria (fantástica mas fantasiosa, é claro..). Dá trabalho e não sei como vou projectar a ponte para o mundo lá fora, mas espero ter de o fazer apenas depois das nossas microrevoluções se terem transformado em revolução frutífera.

5 comentários:

Isabel Freire disse...

... acabei de dizer ao meu companheiro: acho que vamos mesmo vender gasolina sem chumbo para a Galiza (temos lá uns amigos que nos arranjam trabalho a ganhar 1.250 euros na bomba).
Também hoje lhe disse a frase que ganhou o provisório prémio snifff, snifff 2006: "...tu só me vês como objecto sexual" :):):)

Isabel Freire disse...

MMDN... eu compreendo perfeitamente a tua fase do macaquinho. Eu estou na do ouriço roliço do bola rebola põe a tola de fora.
Acho que não vou conseguir dizer coisa com coisa nos próximos dias. Não me levem a sério, estou demasiado realista!

péssima disse...

Ehehhehehe
Sim, sim, é muito divertido ver as coisas à distância da idade.
Recordo-me de já ter passado por isso.
Na realidade fiquei suspensa na fase do macaquinho ‘transgenicado’.
E sabem que mais? Os putos gostam.
O dançar, cantar, pintar, desenhar, recortar, colar, sujar, golear, petiscar, inventar, criar, representar, chorar, rir, fantasiar, gozar e até jogar aos berlindes é uma constante diária cá em casa.
Confesso que estou cada vez mais apaixonada pelos meus filhos. E todos os dias, todos os santos dias, presenteiam-me com dizeres e aconteceres impagáveis. Não me importa que isto me isole do mundo, gosto de estar assim.

Para este Sábado tenho-lhes agendada uma actividade ilícita: roubar terra.
É que descobrimos um aterro, ali no alto da minha serra, com terra preta, preta, preta, daquela óptima, que me lembra as conversas dos meus pais quando eu tinha a idade dos meus filhos: esta terra é boa para plantação!
Já comprei um daqueles saquinhos de flores em grão (tive a preocupação de comprar flores com plantio anual) e se for apanhada em pleno acto dou a desculpa dos putos!
Sim porque os filhos servem para mais coisas do que verbalizar mamãs e papás constantemente.
: )
Bem… tenho uns filhos muito responsáveis e ouço muito mais ‘isso não se faz’ do que o que digo. Vamos lá ver se alinham!

Mimi disse...

exacto, péssima!
o episódio parque infantil começou porque o puto que estava a brincar resolveu desconfiar que as minhas filhas não tinham 6 anos (como ele) e não acreditou quando lhe respondi que uma tinha 18 e a outra 21... Afinal o mundo está mesmo perdido. O melhor é começarmos já a deseducar os nossos.

Isabel Freire disse...

Mando mesmo. Seguirá amanhã por sms. Ainda fazemos a congregação das mmás da bomba Galega!
:)