quinta-feira, 9 de fevereiro de 2006

Parasitismo ponto final

E se houvesse dois homens a comparar quem tem o mais pequeno? Há. Um investigador britânico e outro norte-americano discutem qual é o animal vertebrado mais pequeno do mundo. O meu ou o teu?

E enquanto eles se divertem discutindo os parâmetros mais justos de medição, eu detenho-me na descrição do macho de uma das espécies envolvidas na contenda. É um peixe e chama-se Photocorynus Spiniceps. Não, não é exactamente o que estão a ver na fotografia. A grandalhona é a peixa. O macho é aquela pontinha agarrada às costas dela.
Leio no Público: "O macho é um parasita da fêmea, tal como acontece com muitos outros peixes de grande profundidade, em que os machos vivem (por vezes até em grupos de oito) agarrados às parceiras. Depois de morder a fêmea, o macho passa a alimentar-se através do sistema sanguíneo dela. A única função do macho passa a ser a fecundação, razão pela qual os seus órgãos reprodutores ocupam quase a totalidade do corpo. Este fenómeno designa-se por parasitismo sexual. O argumento de que o macho não tem vida própria e independente não convence Pietsh [um dos cientistas], que insiste no facto de se tratar de um vertebrado adulto e, portanto, o mais pequeno animal com esqueleto."

15 comentários:

Isabel Freire disse...

Eu pergunto-me se não haverá algum ritual que se pudesse aprender!? Assim uma coisa que se incluísse na agenda dos health clubes e dos solários, das sociedades de belas artes e dos grupos de amigos dos manéis e dos jaquins. Um ritual qualquer,... ‘poxa’ vida, uma coisa tipo pinte aqui as coxas, beba esta metade de coco de penalty, respire fundo, sustenha o ar durante trinta segundos e depois vai começar a sentir uns calafrios iniciais. Não se preocupe, o calor vai vencer o frio. Vai ficar tão ruborescente, avermelhada, aparvalhada, liberta, que os seus pés vão começar a saltitar em círculos sem poder controlar a coisa. Não, calma. É mesmo tudo natural. Faz parte. Vai ficar louca como vulcão e lava. Ecoar como o primeiro, escorrer como o segundo. Estará neste momento em perfeita euforia, com a sensação de ter todas as energias do sol a atravessarem-na longitudinalmente. Vai dançar, trepar às árvores, ouvir rugidos doces mas brutais, e não vai conseguir pensar em nada durante 5 minutos. O seu corpo sacudir-se-á com a pujança e violência do leão e da gazela em combates pela sobrevivência antagónicos. A explosão atingirá o auge e vai sentir-se de repente vazia, oca, com quilómetros de nada, no frenesim. Nesse momento o calor deixa de arder, começa a latejar, vai deitar-se no chão de terra morna, fechar os olhos, pensar que está dentro de uma canoa, vê outra aproximar-se lentamente sobre as águas azuis transparentes e lá dentro está… o que quiser. Às vezes sinto-me absolutamente sanguessugada. Até dói. E o pior é que parece que ninguém nota. Parece que é imaginação. Também me acontece pensar que sou eu que me mordo a mim própria.

Mimi disse...

Queres tu dizer com isso que um orgasmo justifica o parasitismo, sua vendida?

Isabel Freire disse...

... ao telefone com a Roça de João Carlos Silva, em São tomé (scheiss ninguém em casa)!
Eu acho que os orgasmos são multi-multi-ontológicos ou qualquer designação que o valha. São mais do que fluidos e ponto G/H/W/P. Acho que o parasitismo é isso de contribuir com um orgasmo apenas... mas o orgasmo e o sangue que se chupa são conceitos bué abrangentes. Acho que as peixas trazem crias a sugarem-lhes as entranhas, além de maridos, e que elas próprias são sugadoras de si mesmas, sem o notarem, ou consentindo-o. Acho que precisava de um ritual para desanguessugação, mas uma coisa mais pujante que o shiatsu, o jacuzzi, a bebedeira,...

Isabel Freire disse...

Já venho, vou à reunião dos amigos do bairro. estamos a planear actividades culturais. não saias daí mimi!
já tou atrasadinha! Já te leio. Imagino que estejas de turno. 'Securita' da antena!
:)

Mimi disse...

Estou sim, até à uma da matina, a fazer baby-sitting à emissão. Não sei se é por me apetecer antes papar um parasita hoje, mas esta tua descrição encaixa que nem ginjas. Sou uma fraca, eu sei!

putafina disse...

Ainda em relação a tamanhos e medidas, dá-me ideia de que, mais uma vez, a Mãe Natureza está certa!
Por que é que os machos deveriam ser maiores do que são, à semelhança do da foto? Só para ocupar espaço?
Pico só uma reunião em que um pseudo-director de Marketing de uma Agência Imobiliária solicita um video institucional sobre a empresa. Para quebrar o gelo (e quase a loiça...), um membro da equipa solicitada ironiza de que umas miúdas giras podem ajudar a vender... No gozo!
Um alto elemento dessa empresa comenta "que NÃO, que NÃO", que isso já foi tentado mas ficou provado que não vende!
O outro insiste em pôr os homenzinhos a ver coisas e lembra... "Assim, do tipo daquela do anúncio das novas botijas Pluma!"
Aí o director de Marketing não resiste e abre a boca: "Ah! É muita giro!"...
A minha pergunta é: Será possível que uma gaja a desfilar pelas ruas com uma botija às costas e a magreza nas pernas é uma boa mensagem publicitária? Não será demasiado óbvia, ou foi feita só para a ala masculina?
É pelo menos essa a leitura que faço sempre que vejo o anúncio na televisão! Já o radiofónico está um pouco melhor esgalhado.
Da reunião e da linearidade de alguma publicidade que utiliza este grande sexo que é o nosso para fins mais pequenos, concluo:
Os homens ainda têm que nascer muitas vezes até largarem as costas da peixona!
E ela, entretanto, que se aguente.

péssima disse...

Proponho:
– MMAS em busca do parasita funcional (triologia, que tem mais piada)
– MMAS "de sangue sugação" (contos)
– MMAS pequeno ou grande, eis a questão (debate)

Anónimo disse...

E para aumentar as audiências podemos sempre fazer uma luta de lama em bikini, com o mote "O meu parasita é maior do que o teu". Seguida de debate filosófico "parasitar ou não parasitar - paradigmas da vida moderna". Seguido de sessão psiquiátrica sob o tema "em quem vão parasitar eles se me der o trangolamango?"

Isabel Freire disse...

Mimi, não percebo por que és uma fraca. Essa passou-me ao lado. Dizem que nos filmes aquilo não é bem a sério, há ainda quem acredite que eles não se beijam (são jogos de espelhos). Real life é mesmo assim. Sugar, ser sugada faz parte. E ser sugada pelos filhos é muito nobre, só que às vezes tamos a rebentar pelas costuras, porque só houve output e não input. E quando pensamos nos maridos, nos companheiros, nos amantes, namorados, ou que quiserem... a coisa é mais complicada, acho. É uma questão de prioridade. Hoje de manhã quando acordei, disse a mim própria: a que propósito terei eu de fazer de sino da igreja cá em casa? andei por aqui, e quando estava pronta,... disse do alto do meu corpo moído: "com tanto empenho e energia, meu amigo, vamos levar muito tempo a chegar à Galiza" - estava sanguessugada até à medula. E estou. Mas por muito mais do que apenas um só orgasmo.

Isabel Freire disse...

:) postadas a apanhar ao mesmo tempo...

Isabel Freire disse...

putafina,....
Estive ontem a pensar no anúncio da botija, a tentar perceber o que é aquilo. E acho que é mais do que um recado básico para os homens. Aquilo diz, minhas caras, vocês atingiram o auge da auto-determinação. Agora, a única merda que vos incomodava depois de fechar a porta do tribunal com o divórcio na mão, deixou de existir. Vós sois capazes agora de trazer o gás para casa às costas...
Além disso, diz aos homens que não se incomodem, aquela tarefa que normalmente lhes cabe, a par de levar o lixo, ou pôr a mesa (mt típico em Portugal), deixou de ser própria de muito músculo e pouca iniciativa. A peixa tem a vontade e a capacidade! Libertação!??

Isabel Freire disse...

adorei os bikinis, os debates, as propostas. e juro que me calo. vou para a caminha, pronto.
:)

Anónimo disse...

Eu tb vou para a caminha, mas só depois de ganhar o pão que há de ser sugado. não me chateia que as crias me suguem o pão. já quando é o mecânico lá-porque-o-carro-tem-que-ter-pneus-e-furados-não-valem fico cá com uma indigestão...

Quanto ao fraca... é o momento surreal-dada da noite. Não quer absolutamente dizer nada.

Transportando ainda a coisa para a Assembleia da República, vejam lá se não ficava bem uma intervenção assim: "senhoras e senhores deputados, hoje estamos aqui para ser sugados. Os portugueses merecem que se invertam os papéis. Agradecemos aos senhores deputados que façam uma fila ordeiramente, para facilitar a tarefa às cidadãs que se encontram ali fora com as suas crias esfomeadas"

Isabel Freire disse...

que delícia de ideia... dar umas dentadinhas parlamentares, ordeiramente, é muito vampiresco!
:)

Anónimo disse...

olha, olha, se não é a VW que ia para a caminha... :)