quinta-feira, 23 de fevereiro de 2006

À procura do Tosco

Com a globalização o Puro Tosco Lusitano tem-se perdido contra o Tosco Amarillo Nórdico. Para evitar a extinção da espécie, numa tentativa de manter a tradição, é necessário criar recursos naturais para que estes seres soberbos possam viver e procriar em conformidade. Está a ser criada uma área com tons de subúrbio, onde todos os interiores são desinfectados com aguardente martelada, e as ruas são pulverizadas regularmente com harpsuor. Vomitórios públicos, bancos de jardim almofadados e esquinas mictórias com privacidade já estão em funcionamento.
Faltam exemplares dignos da espécie, para isso contamos com a vossa colaboração.

Como reconhecer um Puro Tosco de qualidade Lusitana


1 Porque a quantidade importa:
– Pelo menos 5 centímetros de cabelo oleoso.
– Um centímetro de comprimento da unha do mindinho da mão direita.
– Um milímetro de tarro subunhento nos membros inferiores.
– Diâmetro em 50 por cento superior ao 'dois pi erre ao quadrado' de barriga, quando comparado com o dos ombros.
– Um centímetro de pelos no nariz e dois centímetros para os ouvidos.
– 0,5 milímetros de comida agarrada à dentição.

Porque as aparências iludem é indispensável que tenha:
– Um telemóvel de última geração.
– Luzes azuis no chassis do automóvel.
– Ferradura, caso use uma motorizada Casal (zundapp e Saches também são válidas)
– Calças de ganga roçadas na zona genital (reparar no pormenor de calça descaída no rabo a mostrar réstias de bronzeado).
– Vocabulário carroceiro ilimitado.
– Palito estrategicamente colocado no canto da boca.
– Tiques discretos de cheirar o próprio odor (como levantar o braço para fazer descair a manga para constatar as horas no relógio dourado).
– Sapatos lustrosos a contrastar com a meia branca, vulgo pé de
gesso.

Porque os maus hábitos criam-se facilmente o Tosco nunca deverá:
– Tratar a gaja dele por outro nome que não 'a minha gaja'.
– Sair à rua de propósito só para deitar o lixo fora.
– Limpar o pó, arrumar a cozinha, ou qualquer outra coisa que possa ser confundida com uma lide doméstica.
– Pegar nos descendentes ao colo, seja por que motivo for.
– Ler nada sem ter a complexidade do elemento esférico.

Porque sim, um Tosco:
– Quando confrontado em trânsito, deve seguir em perseguição desenfreada do causador do afronto. Deve fazer o percurso de janela aberta gesticulando e vociferando palavras de ordem.
– Deve beber até não se segurar de pé, como prova de virilidade está a duração do acto em si.
– Deve usar fato de treino durante as visitas culturais aos hipermercados.

Mulheres de Portugal, e não só, não deixeis o Tosco extinguir-se.
Sede corajosas e ajudai a criar este espaço cultural.


Serão dadas entradas gratuitas, com visita guiada* para as dez mais participativas.
* O espaço é protegido com as mais altas tecnologias de reserva, não há possibilidade de contacto físico.

15 comentários:

Mimi disse...

parafraseando as minhas filhas... bleargh! que nojo!
Não podemos antes enviá-los a todos para Guantanamo antes que aquilo feche?

péssima disse...

Tu já viste o preço dos transportes!!!!
nã...
A ideia é encontrar espécimes que para aí andam soltos e concentrá-los. Sou muito provinciana, para mim os toscos têm de estar no curral.

Anónimo disse...

prezada péssima... a gente conhece-se de onde?!

Anónimo disse...

A propósito, hoje vim um, estava num carro vermelho, só não tinha era o palito e em vez do relógio tinha uma pulseira de ouro.

péssima disse...

Ah, Mostrengo!
Será?
É que eles são tantos...

SIPO disse...

O típico mostrengo da unhaca proeminente e bigodinmho frondoso...

péssima disse...

: ) nem mais Sipo
Bem-vinda.

Fui espreiteitar-te, claro, e concordo: gaja que é gaja não gosta do "Olá, sou a tua menstruação".
A primeira vez que vi esse anúncio ocorreu-me a ideia de um ser extra-corporal feito de sangue enjoado a formar-se à minha frente, de mim, por mim e para mim, com essa logorreia.

Isabel Freire disse...

Alô Sipo,
... eu nunca ouvi essa do 'olá, eu sou a tua menstruação'. Terei estado ausente, sem me dar conta?
Eu sou fiel defensora do tampão. Pus o primeiro lá para os 14 anos (eu era a única da turma sem período, no 8º ano), numa casa de banho pequenina de restaurante beira-mar algures perto de Lagos. Aquilo era um calor brutal, tive uma quebra de tensão deixei de ouvir e quase desmaiei. Apesar da experiência marciana, sou fiel seguidora do tampão. Com ou sem abas, with or without toalhete, um penso é sempre um objecto abjecto...
:P

Isabel Freire disse...

ww, gostei do "a coisa que o valha"...

Dormir com alguém ou a coisa que o valha!

Dormimos com alguém ou a coisa que nos valha...

Não, não,... acho que isto não pode ser incluído no nosso manual de frases de ordem,... é muito ambíguo.

Bjs à coelhinha!

Eva Lima disse...

Tosco que é homem buzina no cagagésimo de segundo seguinte ao mudar o vermelho do semáforo!!!

Anónimo disse...

cara péssima: não esquecer que esses 99% de pacóvios estragam a imagem dos restantes...

Anónimo disse...

Não que eu me inclua na maioria entenda-se! :P

péssima disse...

Bem, Bífido, isso deixa uma margem de um por cento. Já não é mau, afinal há esperança!
: )

Mimi disse...

olá, olá!
Bem-vindos!

Eu tive o período aos 12, em pleno Agosto. Estava de férias e saí de casa com um penso gigante entre as pernas, de mão dada com a minha orgulhosa avó, que me garantiu que caso eu conseguisse andar normalmente ninguém notaria. Mas eu notava.

Mal nos despedimos, fui ao supermercado comprar uma caixa de tampax mini - com aplicador, pois claro. Enfiei-me também na primeira casa-de-banho pública que encontrei, li as instruções, não me assustei com os avisos de perigo daquela doença rara e num instante livrei-me daqueles tomates artificiais. Caramba! Lembram-se de como eram os pensos naquela altura? Pareciam fraldas! E as calças usavam-se justas. Fui directa tomar uma banhoca de piscina. Foi difícil convencer a minha avó de que ainda era virgem.

E quanto a tampões mais quentinhos e venosos, fui a única do meu grupo de amigas que descobriu o corpo e suas maravilhosas reacções antes de ter relações sexuais na acepção clintoniana. Primeiro explorei o meu corpo e o deles, do género "e o que é que acontece se eu tocar aqui?". Só mais tarde senti que o corpo pedia mais. E ainda bem. Porque nesse dia já sabia como conseguir um orgasmo, estava completamente relaxada e não me doeu absolutamente nada - muito pelo contrário.

Do meu grupo de amigas, fui a última a deixar de ser virgem e a primeira a fazer sexo oral. Incrível, não? A mim nunca me meteu nojo nenhum, mas também é verdade que sempre me dei com tipos lavadinhos... ehehehehehe!

Também nunca tive aquela ideia de que a primeira vez tinha que ser com AQUELE gajo mesmo especial. Caso contrário teria sido virgem até aos 23 anos, altura em que me apaixonei perdidamente pela primeira vez. E foi aí que descobri o melhor sexo de todos - físico e emocional. Still crazy, after all these years - a prova provada de que a ciência se engana nas contas da duração da paixão.

Anónimo disse...

É assim mesmo...perservar a espécie, qual Cristiano Ronaldo lavadinho a cheirar a perfume.
Um homem "a sério" cheira a estrume.